08 Setembro 2016
Neste momento, são "mais de mil" as comunidades muçulmanas que aderiram à iniciativa "Cristãos na mesquita", lançada nas últimas semanas pela Comunidade do Mundo Árabe na Itália (Co-mai) e pelo movimento transcultural e interconfessional "Unidos para Unir", cujo presidente, de ambos, é Foad Aodi, médico italiano de origem palestina, fundador da associação Médicos de Origem Estrangeira na Itália.
A reportagem é do jornal L'Osservatore Romano, 07-09-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Abrir as portas das mesquitas aos cristãos no dia 11 de setembro, 15º aniversário dos trágicos atentados nos Estados Unidos, e no dia 12 de setembro, quando os muçulmanos festejarão o Id al-Adha, a festa do sacrifício: essa é a proposta lançada pela Co-mai, para dizer juntos "não" ao terrorismo e devolver o convite dos cristãos aos muçulmanos a se dirigirem às igrejas logo após a bárbara morte do padre Jacques Hamel, ocorrida durante uma missa em Saint-Étienne-du-Rouvray, na França. Foram 23 mil os muçulmanos que, no fim de julho, aceitaram aquele convite.
São muitas as mesquitas que responderam ao apelo. Mas ainda falta a de Roma: "Houve uma grande adesão – declarou Aodi, como relata a agência AdnKronos –, embora, neste momento, a Grande Mesquita de Roma e outras duas siglas ainda não responderam. Confiamos em uma resposta positiva: não será um momento de oração, como alguns temem, mas um momento de reflexão comum por um novo renascimento, sem mais divisões".
Foad Aodi, na qualidade de representante na Itália da Aliança das Civilizações, também escreveu ao Papa Francisco, pedindo o seu apoio à iniciativa.
As mesquitas "vão abrir as suas portas do norte ao sul da Itália, a 15 anos do atentado às Torres Gêmeas, a visitantes cristãos e laicos, para enviar uma mensagem de paz e apoiar o diálogo inter-religioso, também como instrumento contra o terrorismo".
Aodi observou que, entre as mesquitas que já deram a sua adesão ao dia de encontro com os cristãos para o 11 de setembro, figura a de Turim, mas também outras mesquitas no Piemonte. Sim, também a de Ravenna e de Cesena. Lugares de culto muçulmano abertos na Úmbria e na Sicília (é caso de Catânia).
A adesão também chegou das mesquitas do Conselho Supremo do Islã na Itália e da da Comunidade Islâmica de Puglia. No Lácio, nos dias 11 e 12 de setembro, estarão abertas aos cristãos as mesquitas de Centocelle, de Laurentina e a de Ostia. Adesões também foram registradas na Emilia-Romagna, Marche, Lombardia e em outras regiões.
O programa prevê, no domingo, das 17h às 20h, encontros nas mesquitas com debates e troca de mensagens de paz e de solidariedade para "derrubar o muro dos medos e dos preconceitos". Na segunda-feira (dia do Id al-Adha), será possível visitar as mesquitas que aderiram à iniciativa desde as 10h para a troca de saudações.
O escritório da presidência da Co-mai é composto, além de Aodi, por representantes das comunidades marroquina, argelina, tunisiana, libanesa, egípcia e palestina.
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Iniciativa "Cristãos na mesquita" busca dizer não ao terrorismo por ocasião do 11 de setembro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU