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08 Abril 2016

A contrário da capital, Tegucigalpa, construída como uma incômoda manta cinza que cobre meia dúzia de montes (é chamada de Cerrocigalpa), San Pedro Sula se estende sobre um vale de quase 800 quilômetros quadrados. A zona mais alta fica sobre a cordilheira do Merendón. A vista do alto é propriedade das famílias mais endinheiradas do país, donas de bancos, emissoras de televisão, equipes de futebol, lojas de roupa, produtoras de banana e dezenas de maquiadoras (produtoras para exportação).

A reportagem é de Ximena Natera e Daniela Pastrana, publicada por Envolverde/IPS, 07-04-2016.

Essas pessoas vivem em palacetes cercados por muro com cabos de alta tensão e guardas de segurança privada que vigiam do alto em jaulas de segurança.“Para eles, San Pedro Sula não existe”, contou uma voluntária da Rádio Progresso, a emblemática emissora da comunidade de mesmo nome, a 28 quilômetros da cidade e onde a Caravana pela Paz, a Vida e a Justiça, que iniciou sua marcha em Honduras no dia 28 de março, fez uma parada antes de seguir para Intibucá, tendo como destino final Nova York, aonde chegará no dia 21 deste mês.

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que na América Latina é cometido um terço dos assassinatos no mundo, mesmo com esta região concentrando pouco mais de 8% da população mundial. Nessa região violenta, San Pedro Sula é um caso aparte. Sua taxa de homicídios, de 171 para cada cem mil habitantes, dificilmente pode ser superada por qualquer outro lugar do planeta.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como epidemia taxas acima de dez mortes violentas pra cada cem mil habitantes. Isso significa que, em uma cidade de pouco mais de um milhão de habitantes, quase seis mil pessoas são assassinadas a cada ano. San Pedro Sula é uma cidade de contrastes. À primeira vista, parece uma pequena Tijuana, a cidade mexicana na fronteira com os Estados Unidos e famosa por sua violência e grande atividade de comércio ilegal. Mas, vista de perto, é como Acapulco, a cidade mexicana mais violenta em 2015, mas sem o mar.

Possui bairros nos quais não se pode entrar sem salvo-conduto e guetos milionários construídos para manter a morte do outro lado do muro. Os de fora a temem e recomendam aos estrangeiros não irem até ela. Mas os que vivem aqui perguntam com cautela se não é muito perigoso ir de férias ao porto de Veracruz.“Tegucigalpa é a cara política de Honduras, San Pedro Sula é o motor industrial”, repete a voluntária da Rádio Progresso.

E ela não está errada: desde 2011, San Pedro Sula contribui com quase dois terços do produto interno bruto hondurenho. Até o século 19, o Vale de Sula foi o grande armazém da América Central, onde todos os produtos da região se concentravam e eram armazenados antes de serem embarcados em Puerto Cortés. Tudo mudou no início do século 20, com a chegada de uma onda de imigrantes palestinos que transformaram a área no centro de comércio mais importante da rota oriente.

Cem anos depois, são essas mesmas famílias – Rosental, Andal, Rafati – e alguns novos empresários, políticos e chefes de grupos criminosos os que vivem entre muros no alto do Merendón. O resto do vale está marcado por cinturões de miséria, formados por famílias do campo que chegaram a San Pedro, primeiro quando o furacão Mitch devastou a região, e depois com as deportações maciças feitas pelos Estados Unidos. Para essas pessoas, a única opção de emprego é nas maquiadoras com salário miserável.

Essa é, em parte, uma das explicações da violência. Nas últimas duas décadas, foram criados nesta cidade 427 bairros. De 270 existentes em 1992, passaram para 700, em 2013, segundo o órgão Estatísticas Municipais, embora os números não sejam exatos. Chamelecón e Rivera Hernández, dois dos bairros com maior densidade populacional, não foram recenseados em dez anos porque ninguém se atreve a entrar nessas colônias dominadas por gangues criminosas.

Além disso, a localização geográfica de San Pedro Sula – a 114 quilômetros da fronteira com a Guatemala e a 52 de Puerto Cortés, com saídas para Tegucigalpa e Ceiba – a converte em lugar estratégico para o transporte de quase tudo. Hoje, todos os migrantes que seguem para os Estados Unidos passam por ela. Também passa por esta rota 80% da droga que segue para o norte, segundo estimativas oficiais.

Outro ativista da Rádio Progresso resume assim a situação: “Em El Salvador passa a coca consumida pelos salvadorenhos. Por San Pedro passa a coca consumida em Honduras, Guatemala, México e Estados Unidos. Por San Pedro passa tudo”. Na última semana de março circulou em redes sociais a fotografia de uma folha contendo uma mensagem para os moradores da colônia Reparto Lempira que dizia:“Da parte da gangue 18, damos 24 horas para que tenham vazado desta área, depois não vão lamentar as vidas caídas. Damos 24 horas para partirem, nada de telefonemas para a polícia, nem denúncias, do contrário vão lamentar”.

Partiram. Ninguém espera que sejam cumpridas as ameaças nesta cidade, onde, segundo as estatísticas, nos primeiros três dias da semana passada (durante os quais passava a caravana de ativistas que busca abrir o debate da política de drogas militarizada impulsionada pelos Estados Unidos), 57 pessoas teriam sido assassinadas.No dia 27, houve quatro assassinatos em um mercado. Mataram as vítimas na área de descarga. O local foi cercado pela polícia, mas os moradores da cidade passam como se nada houvesse acontecido no lugar, enquanto conversam sobre o tráfico ou suas preocupações.

Marta, enfermeira no Hospital Rivas, pensa que a brutal violência vem de uma combinação de fatores que começam com a industrialização da cidade, que pouco dinheiro deixa para as pessoas comuns, as nulas opções para se conseguir uma vida melhor e a enorme concentração de pessoas nas colônias da periferia, onde o único exemplo de autoridade para os jovens é o crime.

A isso se soma o fato de no país a lei permitir que cada cidadão tenha até cinco armas de fogo. Por outro lado, a enfermeira pontuou que em seu hospital não há nada com que trabalhar. “Aqui, quem vem para uma cirurgia, tem que trazer sua anestesia, até suas ataduras”, disse com raiva, porque, no dia 30 de março, Ana García, mulher do presidente Juan Orlando Hernández, visitou o hospital para entregar pulseiras de identificação aos pacientes. “É melhor nos trazer antibióticos, pois não tem nenhum, e deixamos as pulseiras para os que morrem”, lhe disseram.

Ao cair da noite, nas ruas do centro da cidade aparecem vultos de pessoas que se dispõem a dormir ao relento. Nós, autoras desta reportagem, demoramos um bom tempo até encontrarmos um hotel que custasse menos de US 90 a noite e não tivesse aparência de bordel. Tivemos sorte. 


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