14 Janeiro 2016
O amor de Deus pela humanidade é tão grande que pode vencer todo o mal, perdoar todos os pecados e nada pode impedi-lo, disse o Papa Francisco à multidão em sua Audiência Geral semanal nesta quarta-feira, 13-01-2016.
A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 13-01-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
“Não com um amor ‘de telenovela’”, brincou o pontífice diante dos milhares de ouvintes ao refletir sobre uma passagem do Antigo Testamento que descreve Deus como “grande no amor e na fidelidade”.
“Quão bela é essa definição de Deus!”, exortou Francisco. “Aqui está tudo. Porque Deus é grande e poderoso, mas esta grandeza e poder se desdobram em nos amar, nós assim tão pequenos, tão incapazes”.
“A palavra ‘amor’ aqui utilizada indica o afeto, a graça, a bondade”, disse o papa. “É amor que dá o primeiro passo, que não depende dos méritos humanos, mas de uma imensa gratuidade”.
“É a solicitude divina que nada pode parar, nem mesmo o pecado, porque sabe ir além do pecado, vencer o mal e perdoá-lo”, declarou.
Francisco estava falando em sua audiência na quarta-feira como parte de uma reflexão sobre a passagem do Livro do Êxodo em que Deus aparece a Moisés e é descrito como “O Senhor, Deus misericordioso e piedoso, lento para a ira e rico de amor e de fidelidade”.
O papa deu início à audiência explicando que está começando um ciclo de audiências focadas na misericórdia a partir de uma perspectiva bíblica como parte do Ano Jubilar no intuito de “aprender a misericórdia ouvindo aquilo que o próprio Deus nos ensina com a sua Palavra”.
Analisando cada uma das palavras que Deus emprega para se descrever nesta passagem bíblica, Francisco disse que Ele é como uma mãe que toma nos braços o seu filho, “desejosa somente de amar, proteger, ajudar, pronta a doar tudo, também a si mesma”.
A frase “lento para a ira” significa que “Deus sabe esperar”, segundo o pontífice. “Ele é como o sábio agricultor que sabe esperar, dá tempo para a semente boa crescer, apesar das ervas daninhas”, disse.
Deus tem uma fidelidade à humanidade “sem limites”, completou.
“A fidelidade de Deus nunca falha, porque o Senhor é o Guardião, como diz o Salmo, não dorme, mas vigia continuamente sobre nós para nos levar à vida”, disse Francisco.
“E esse Deus misericordioso é fiel na sua misericórdia e São Paulo diz uma coisa bonita: se tu não lhe é fiel, Ele permanecerá fiel, porque não pode renegar a si mesmo”, complementou. “A fidelidade na misericórdia é justamente o ser de Deus”.
“E por isso Deus é totalmente e sempre confiável”, disse. “É essa a certeza da nossa fé”.
Ao finalizar a sua reflexão, Francisco pediu: “E então, neste Jubileu da Misericórdia, confiemo-nos totalmente a Ele e experimentemos a alegria de sermos amados por esse ‘Deus misericordioso e piedoso, lento à ira e grande no amor e na fidelidade’”.
Após brevemente se dirigir a cada um dos grupos linguísticos na audiência, o papa convidou os participantes a rezarem pelas dez pessoas mortas no ataque terrorista de terça-feira (12-01-2016) em Istambul e pela conversão dos corações violentos.
