11 Março 2020
Atentado de um grupo islâmico. España, †2004.
200 mortos e mais de 1.400 feridos.
Os atentados de 11 de março de 2004 em Madri (11-M) foram idealizados em Karachi no final de 2001 como vingança pelo desmantelamento da célula que a Al Qaeda tinha estabelecido sete anos antes na Espanha, um grupo batizado de Abu Dahdah em alusão ao que foi seu líder desde 1995. A sede de vingança foi essencial na decisão de atacar na Espanha e no rápido início da mobilização – concretamente, a partir de março de 2002 – da rede que executaria o 11-M.
Isso é corroborado por uma série de fatos. Em primeiro lugar, o fato de que Amer Azizi, antigo membro da desarticulada célula de Abu Dahdah (que não foi detido por encontrar-se no Irã quando ocorreu a ação policial, chamada de Operação Dátil), tenha sido quem adotou originalmente a decisão de atacar na Espanha. Em segundo lugar, o de que outra pessoa ligada àquela organização, Mustafa Maymouni, tenha se ocupado de formar uma nova e decididamente operativa célula jihadista em Madri a partir dos restos daquela. Por último, o fato de que outros três seguidores de Abu Dahdah – Serhane Ben Abdelmajid Fakhet, o Tunisiano; Said Berraj e Jamal Zougam – tenham desempenhado papéis fundamentais na preparação e execução da matança nos trens de Cercanías.
Além disso, no caso do 11-M, não eram só Azizi e outros implicados originários da célula de Abu Dahdah que nutriam desejos de vingança contra a Espanha e os espanhóis. Esse era também o desejo de Allekema Lamari, que foi membro de uma célula do Grupo Islâmico Armado (GIA) desarticulada em Valência em 1997. Lamari, que cumpria condenação até sua extemporânea libertação em 2002, jurou que “os espanhóis pagariam muito caro por sua detenção”.
Lamari não ocultava seu “ressentimento com a Espanha” e declarava que, depois de sair da prisão, seu “único objetivo” era “levar a cabo em território nacional atentados terroristas de enormes dimensões, com o objetivo de causar o maior número possível de vítimas”, conforme se lê em distintos documentos do Centro Nacional de Inteligência (CNI) preparados antes e depois do 11-M. Em um deles se afirmava que, se não tivesse sido um dos mortos no atentado suicida ocorrido em Leganés em 3 de abril de 2004, estaria decidido a “continuar com sua vingança” contra “a população e os interesses espanhóis” com “a execução de novos ataques terroristas”. texto extraído do jornal El Pais.