13 Mai 2011
Era 11 de janeiro de 2001 quando Claudia Cristiane Santos Araújo, sergipana de Malhador, a 49 quilômetros de Aracaju, sofreu uma intensa hemorragia. Foi logo depois de dar à luz o segundo filho, Gabriel, no município vizinho de Itabaiana (SE).
A reportagem é de Tiago Décimo e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 14-05-2011.
Foram 18 horas de tensão na Maternidade São José, onde foram realizadas três cirurgias que tentaram, em vão, estancar o sangramento. Ela chegou a ser desenganada pelos médicos.
Foi quando o padre José Almi de Menezes, amigo da família, da cidade vizinha de Nossa Senhora das Dores, teve a ideia. "Perguntei a ela se acreditava que Irmã Dulce poderia interceder por ela", lembra o padre. "Ela disse que sim. E iniciamos uma corrente de orações."
O sangramento parou pouco depois. Também impressionou a equipe médica o fato de que a paciente não teve nenhuma complicação depois da hemorragia. "Ela teve recuperação rápida, boa cicatrização", conta a freira Augustinha Ferreira, então diretora da maternidade. "Não teve nenhuma infecção."
A miraculada Claudia teve alta médica no dia seguinte. Tem 41 anos e Gabriel, 10. Ambos são saudáveis. O caso foi reconhecido pelo Vaticano, em janeiro de 2009, como o primeiro milagre de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce, o que propiciou sua beatificação.
Menezes e Augustinha, testemunhas do caso, estiveram ontem na sede das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), na capital baiana, para contar os detalhes do milagre. Desde que o caso começou a ser estudado, em 2003, a identidade de Claudia era mantida sob sigilo, por orientação do Vaticano. Segundo a direção da Osid, mais de dez médicos brasileiros e três italianos estudaram o caso e não encontraram explicação para a cura de Claudia.
Capacidade máxima
O arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, d. Murilo Krieger, conta com a presença de 70 mil fiéis e devotos para a beatificação de Irmã Dulce, no próximo dia 22. É a capacidade máxima do Parque de Exposições da capital baiana, onde será feita a cerimônia.
Os organizadores pedem que as pessoas deixem os carros em casa e utilizem ônibus para chegar ao local.
Por delegação de Bento XVI, a beatificação será presidida pelo cardeal d. Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito, que deixou o governo da Arquidiocese de Salvador em março. Foi ele quem levou a causa de beatificação adiante, após iniciativa de seu predecessor, cardeal d. Lucas Moreira Neves, em 1997, cinco anos após a morte da freira.
Segundo o primaz, Irmã Dulce deixou uma herança pesada que a sobrinha dela, Maria Rita, administra. "O hospital que Irmã Dulce fundou tem uma despesa de R$ 500 mil por dia", informou. Os recursos vêm de convênios com o governo, de doações e do trabalho de voluntários.
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Mulher que motivou milagre de Irmã Dulce é revelada - Instituto Humanitas Unisinos - IHU