10 Agosto 2012
Há quatro anos falecia Cláudio Perani, padre jesuíta, fundador do CEAS, em Salvador e da Missão da Equipe Itinerante na Amazõnia.
A Equipe Itinerante da Amazônia presta a sua homenagem no 4º aniversário da itinerância do companheiro para a casa do Pai.
Eis o artigo.
Introdução
Dois anos depois da Itinerância Definitiva e Plena do Pe. Cláudio Perani sj (+8/8/2008), Dom Moacyr Grechi, Arcebispo emérito de Porto Velho (RO, Amazônia), comentou com carinho e saudade: “Quanta falta nos faz o amigo Cláudio! Ele nos ajudava a alçar a vista e alargar a mirada mais longe, para discernir nossa missão na Amazônia!”.
Cláudio foi o primeiro superior do Distrito dos Jesuítas da Amazônia (DIA) , criado em 1995 para discernir a missão amazônica “desde dentro”, a partir da Amazônia e do caminhar respeitoso, próximo, paciente e amoroso junto a seus povos, em diálogo com eles. E não mais pensar, discernir e decidir a missão na Amazônia “desde fora”, a partir do litoral ou centro-sul do Brasil, dos grandes centros de decisão ou poderosas corporações dos países hegemônicos. Assim se fez historicamente ao longo do período colonial e até hoje se reproduz em modelos de desenvolvimento fortemente agressivos, marcos legais que ferem a justiça socioambiental, políticas públicas que facilitam a depredação da região e uma violenta agressão aos direitos humanos e cósmicos de seus povos.
Para discernir a missão na Amazônia, “desde dentro”, com seus povos e aliados, Cláudio insistia: “Andem pela amazônica e escutem atentamente o que o povo fala... Participem da vida cotidiana do povo... Anotem e registrem tudo cuidadosamente... Não se preocupem com os resultados; o Espírito irá mostrando o caminho... Coragem! Comecem por onde possam...”
Recentemente a Conferência d@s Religios@s do Brasil (CRB) realizou um importante seminário nacional com o título: “Vida Religiosa: A loucura que Deus escolheu para confundir o mundo” (1 Cor 1,27) . Participaram mais de 400 provinciais. Tod@s com o desejo de recuperar essa loucura que Deus escolheu, em nossa vida pessoal e congregacional, na vida de nossas instituições e da própria Igreja. Como recuperar essa loucura que Deus semeou n@s noss@s fundador@s, mártires, profetas e profetizas de todos os tempos? Cláudio foi um desses loucos profetas que Deus escolheu para confundir a lógica do mundo, muitas vezes presente na nossa prática cotidiana, na vida pessoal e de nossas instituições. Ele foi um profeta enlouquecido pela busca apaixonada do Reino e sua Justiça (Mt 6,22); acolheu e semeou o dom da “loucura de Deus” assumindo essa tarefa nas periferias da Pan-Amazônia, atravessando suas fronteiras, geográficas e simbólicas, nos dois sentidos.
Para Cláudio, o missionário tem sempre “um pé dentro e um pé fora”. A missão na Amazônia, e toda missão na perspectiva do Reino, é encarnada e inculturada a partir de seus povos. Toda missão se amassa no bater dos pés no chão sagrado das estradas da vida, com a poeira do caminho e a benção da chuva do céu; nas trilhas da floresta e nos meandros e praias dos rios; nas itinerâncias internas e externas; na partilha do cotidiano da vida com os povos da Amazônia, com @s pobres, excluíd@s e diferentes; no diálogo fraterno e discernimento conjunto com @s de “dentro”; e em diálogo respeitoso e recíproco com @s aliad@s de “fora”.
Perani insistia que a EI deve ter “um pé dentro e um pé fora”: um pé dentro da gente e um pé fora de nós mesmos; um pé nos membros da EI e um pé fora deles, nos outros; um pé na própria cultura e um pé nas outras culturas; um pé na própria experiência religiosa e espiritual, e um pé nas outras experiências religiosas e espirituais; um pé nas nossas congregações e instituições e um pé nas instituições e congregações afins; um pé na inserção e um pé na itinerância; um pé neste lado da fronteira e um pé no outro lado; um pé na margem direita e um pé na esquerda do rio; um pé nos espaços da igreja e outro pé em outros espaços não eclesiais; etc. Sempre um pé dentro e um pé fora...[...]
(Cf a notícia do día 10/08/2012 desta página)
Que sentimentos essa notícia provocou em você?
Leia-o e deixe que ele ecoe em você.
Quando Jesus terminou de contar essas parábolas,
saiu desse lugar, e voltou para a sua terra.
Ensinava as pessoas na sinagoga,
de modo que ficavam admiradas.
Diziam: «De onde vêm essa sabedoria e esses milagres?
Esse homem não é o filho do carpinteiro?
Sua mãe não se chama Maria,
e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas?
E Jesus não fez muitos milagres aí,
por causa da falta de fé deles.
(Mt 13, 53-55.58)
Com confiança faça uma oração com o que sentiu.
Se quiser, pode escrever sua prece e enviá-la, para que outros possam rezar junto pelo site.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
A loucura de Deus num profeta da Amazônia! - Instituto Humanitas Unisinos - IHU