A Igreja alemã abrirá os arquivos sobre sua relação com o nazismo

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Por: Caroline | 17 Outubro 2013

A Igreja católica alemã anunciou, nesta terça-feira, que publicará os diários do cardeal arcebispo de Munique, Michael von Faulhaber (1869-1952), com o objetivo de lançar uma nova luz sobre seu papel durante o regime nazista. Assim anunciou, hoje, numa coletiva de imprensa em Munique, o atual Arcebispo da cidade, o cardeal Reinhard Max (foto), que apostou em apoiar esta iniciativa, já que “nada do que os arquivos tragam à luz, pode causar mais danos à Igreja do que a suspeita de que queremos calar ou encobrir algo”.

 
Fonte: http://goo.gl/V7GoFL  

A reportagem é publicada por Religión Digital, 15-10-2013. A tradução é do Cepat.

Faulhaber, que ocupou a sede episcopal de Munique durante o período nazista (1933-1945) e foi um dos cardeais mais próximos do Papa Pio XII (1939-1958), cujo pontificado abarcou toda a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), elogiou abertamente, em várias ocasiões, o líder nazista Adolf Hitler.
De fato, quando em 1939 foi cometido um atentado frustrado contra Hitler, em Munique, o cardeal Faulhaber se alegrou, em um telegrama, de que a “providência divina” permitiu-lhe sobreviver. Entretanto, Max descartou qualificar Faulhaber como seguidor do governo nazista e explicou que, ao contrário, o arcebispo “não era considerado entre os nazistas como alguém com quem se podia contar”.

Da caneta de Faulhaber saiu grande parte da informação usada em 1937 pelo Papa Pio XI (1922-1939) em sua encíclica “Mit brenender Sorge”(“Com ardente preocupação”), na qual este tratou da situação de intimidação em que se encontrava a Igreja católica sob o regime nazista.

A publicação on-line dos diários é parte de um projeto de uma associação de pesquisadores alemães, que financiará inicialmente a edição por três anos, com 8000.000 euros, ainda que se estime que o projeto necessite, devido ao volume de informação, de doze anos para ser finalizado.

Os manuscritos contêm referências a 52.000 visitas e conversas, de 1911 até 1952, que abarcam os últimos anos do Império Alemão aos primeiros da República Federal Alemã. Até 2010, os documentos haviam permanecido sob o leito do último secretário de Faulhaber, Johannes Maxenberger, que não quis torná-los conhecidos até sua morte.

O pesquisador do Instituto de História Contemporânea de Munique e Berlim, Andreas Wirsching, e o especialista em história da Igreja, Hubert Wolf, encarregados da edição, descreveram a descoberta como “uma fonte excepcional” que pode lançar uma visão panorâmica de uma época conturbada.