“Temos diante de nós um verdadeiro modernista”, afirma Fellay

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: Jonas | 17 Outubro 2013

É um ataque frontal e duríssimo o que chega da Fraternidade São Pio X contra o papa Francisco. Um ataque que parece anular definitivamente qualquer possibilidade de diálogo entre o grupo tradicionalista, fundado por dom Marcel Lefebvre, e a Santa Sé. O superior da Fraternidade, o bispo Bernard Fellay, durante uma conferência em Kansas City, no último final de semana, disse que Francisco “é um verdadeiro modernista”.

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 15-10-2013. A tradução é do Cepat.

Fellay afirmou que estamos vivendo “tempos espantosos”, que a “situação da Igreja é um verdadeiro desastre. O Papa atual está piorando 10.000 vezes a situação”. “No início do pontificado do papa Bento XVI, disse, a Igreja continuava (piorando), mas o Papa estava procurando frear. É o mesmo que dizer: a Igreja continuava declinando, mas com um paraquedas. Já com o início do papa Francisco, disse, ele corta as cordas e coloca um foguete para ir para baixo”.

“Se o atual Papa continuar como começou, dividirá a Igreja. Está explodindo tudo. Assim, as pessoas dirão: “é impossível que ele seja o Papa, nós o rejeitamos”. Outros dirão: “Vamos esperar, considerá-lo como Papa, mas não o sigamos...”. Esta última é a postura de Fellay. “Deus é muito maior que nós e o trabalho destes ministros imperfeitos”. É necessário segui-los “quando dizem a verdade”, não quando lhe oferecem “lixo”. O superior lefebvriano concluiu que obedecer ao atual Pontífice significaria “colocar em risco nossa fé”.

Fellay também falou sobre a falta de um acordo com Roma, no ano passado. “Ao observar o que está acontecendo agora, nós agradecemos a Deus que nos salvou, no ano passado, de qualquer tipo de acordo. E podemos dizer que um dos frutos da cruzada do rosário, que nós fizemos, é que fomos salvos de uma desventura como essa. Graças a Deus. Não é que nós não queiramos ser católicos, naturalmente queremos ser e somos, temos o direito de ser reconhecidos como católicos. Contudo, nós não comprometemos nossos tesouros por isto. Claro que não... E pensar que algumas pessoas continuam insistindo para que cheguemos a um acordo com Roma”.

Após meses de silêncio e de ausência de resposta da Fraternidade à proposta feita pela Congregação para a Doutrina da Fé, em nome do Papa, em junho de 2012, retornou hoje, à comissão “Ecclesia Dei”, o arcebispo Guido Pozzo, que foi um dos protagonistas do diálogo doutrinal e das negociações até 2012. Entretanto, as palavras do superior lefebvriano assinalam que o retorno do grupo tradicionalista está definitivamente cancelado.