30 Agosto 2013
“Prefiro que me matem a um de vocês...”. Com estas palavras o então cardeal Jorge Mario Bergoglio acolheu a notícia das ameaças de morte contra José María di Paola, o padre “Pepe”, pároco de uma das favelas de Buenos Aires. O padre “Pepe”, que retornou à Argentina, contou isso no domingo passado durante um encontro público em Nepi. “Estas palavras – explicou ao Vatican Insider o sacerdote argentino, um pouco antes de pegar o avião de volta às vilas de Buenos Aires – expressam melhor que quaisquer outras a proximidade e a paternidade do bispo para com seus sacerdotes”.
A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada no sítio Vatican Insider, 29-08-2013. A tradução é de André Langer.
As primeiras ameaças de morte que o pároco de Nossa Senhora de Cacupé recebeu, na Vila 21-24 do bairro Barracas de Buenos Aires, vieram na primavera de 2009. O padre Pepe e os outros sacerdotes que Bergoglio havia enviado às favelas estavam trabalhando para recuperar muitíssimos jovens vítimas das drogas. Os narcotraficantes enviaram novas e mais duras ameaças em dezembro de 2010, e nesse momento o futuro Papa decidiu afastar o sacerdote em perigo, enviando-o a uma outra diocese do norte do país. Hoje, o padre Pepe voltou ao seu trabalho pastoral em outra vila e retomou o seu ministério entre os pobres.
Depois das primeiras ameaças, Bergoglio disse, em uma entrevista, que seus sacerdotes vileiros “trabalham. Não atacam ninguém. Quem disse que a droga é um perigo e não apenas nas favelas, mas em toda a cidade fui eu... Eu disse aos pais: vejam o que fazem seus filhos, cuidem deles, porque a droga chega a todas as partes, chega às portas das escolas. Eles, os sacerdotes das vilas, trabalham também na prevenção da drogadição e na reinserção social dos jovens que se drogam. Vê-se que os traficantes não gostaram nem um pouquinho disso. Alguns ficaram brabos”.
O padre Pepe agora revela alguns aspectos da conversa que teve então com o seu arcebispo. “Na segunda-feira me ameaçaram, na terça-feira fui conversar com o Bergoglio. Disse-lhe que se tratava de uma ameaça séria. Sua primeira reação foi me dizer essas palavras: ‘Prefiro que me matem a um de vocês’”.
Durante as duas semanas que passou na Itália, o padre Pepe teve muitos encontros nos quais descreveu o trabalho dos sacerdotes vileiros. O lugar da sua paróquia, em um lixão que se transformou em bairro, falta absolutamente tudo e está tratando de montar uma estrutura que ajude a reunir os jovens para afastá-los das drogas.
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Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas.
O mercenário, que não é pastor a quem pertencem,
e as ovelhas não são suas, quando vê o lobo chegar,
abandona as ovelhas e sai correndo.
Então o lobo ataca e dispersa as ovelhas.
O mercenário foge porque trabalha só por dinheiro,
e não se importa com as ovelhas.
Eu sou o bom pastor: conheço minhas ovelhas,
e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai.
Eu dou a vida pelas ovelhas.
Tenho também outras ovelhas que não são deste curral.
Também a elas eu devo conduzir; elas ouvirão a minha voz,
e haverá um só rebanho e um só pastor. (Jo 10, 11-15)
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“Bergoglio me disse: ‘Prefiro que me matem a um de vocês’” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU