11 Novembro 2014
Dados da 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgado na terça-feira, mostram que, no período de cinco anos, os policiais brasileiros mataram mais do que os agentes americanos em 30 anos.
Nos últimos cinco anos, os policiais brasileiros mataram, em serviço e fora, 11.197 pessoas, uma média de seis por dia. Enquanto nos Estados Unidos, nos últimos 30 anos, foram 11.090 mortos, média de uma pessoa por dia. Na comparação com o ano anterior, houve uma queda no total de mortos por policiais brasileiros, de 2.332 em 2012 para 2.212 em 2013.
— Os dados demonstram que esse problema da letalidade não é uma questão individual do policial, como as autoridades costumam justificar, mas institucional. O Estado precisa dar uma resposta para esse fenômeno — analisa o sociólogo Renato Sérgio de Lima, vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entidade responsável pela elaboração do Anuário.
A reportagem é publicada pelo jornal O Globo, 11-11-2014.
Na avaliação do especialista, o grande número de vítimas dos policiais é consequência da cultura organizacional das polícias brasileiras e da forma como a violência está sendo enfrentada no Brasil. Lima destaca que os dados de 2012 sobre violência policial foram revisados depois da divulgação do Anuário do ano passado, num sinal de que os governos têm se preocupado com a transparência.
A pesquisa revela ainda que houve um aumento no número de policiais mortos. O total chegou a 490 no ano passado, 43 a mais do que em 2012. Nos últimos cinco anos, desde 2009, foram mortos 1.170 policiais, uma média de 1,34 por dia. O anuário também informa que 75,3% dos policiais foram mortos fora de serviço. O estado onde maiãs policiais foram mortos, assim como em 2012, foi o Rio de Janeiro (104), seguido por São Paulo (90) e Pará (51).
A 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública será lançada nesta terça-feira.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Policiais brasileiros matam mais em 5 anos do que americanos em 30 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU