Manifesto de economistas defende alternativa à austeridade fiscal

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07 Novembro 2014

Com o objetivo de estender para além do fim das eleições o debate sobre qual será a direção das políticas públicas a serem adotadas pelo governo nos próximos quatro anos, um grupo de economistas divulgou na quarta-feira o documento "Manifesto dos Economistas pelo Desenvolvimento e pela Inclusão Social", encabeçado por Maria da Conceição Tavares e Luiz Gonzaga Belluzzo.

A reportagem é de Ligia Guimarães, publicada pelo jornal Valor, 07-11-2014.

No texto, os economistas apontam que o caminho correto para a economia não é focar na tríade juros altos, com câmbio valorizado e corte excessivo de gastos públicos, política que poderia aprofundar a recessão em que o país se encontra atualmente, e ainda resultar em perda de avanços sociais.

Ontem, por volta das 19h, a petição, publicada no site Avaaz de petições da comunidade, contabilizava 422 assinaturas, que incluíam economistas representativos no debate econômico brasileiro e de diversas instituições, entre elas Unicamp, UFRJ, USP, UERJ e UFF.

No manifesto, o grupo defende a ideia de que há outras alternativas, além do caminho da austeridade fiscal e monetária, para que a economia brasileira volte a crescer. "Sem o contraponto propiciado pela campanha e pelo horário eleitoral gratuito, os meios de comunicação propagaram quase exclusivamente a opinião que a austeridade fiscal e monetária é a única via para resolver nossos problemas", afirma o texto.

Luiz Carlos Delorme Prado, um dos economistas da UFRJ a assinar a petição, diz que o grupo pretende ampliar a discussão. "Nosso recado é: não volte atrás, não venha com uma política contrária àquela em que a sociedade vem mostrando que é favorável ao longo do tempo. Façamos as correções necessárias, mas sem abandonar as estratégias de longo prazo que são defendidas pela sociedade brasileira e por um segmento importante de economistas".

Segundo Prado, a intenção do grupo é, sem desrespeitar outras correntes econômicas, deixar claro que não existe uma teoria com T maiúsculo que seja a solução única para os problemas do país. Entre as alternativas propostas para o desenvolvimento econômico que continue a reduzir desigualdade social, Prado cita "uma reforma tributária que passa por aumentar impostos diretos, como Imposto de Renda, e reduzir tributos indiretos", por exemplo.

Carlos Pinkusfeld Bastos, também da UFRJ e outro assinante da petição, diz que a internet e as redes sociais ampliaram e tornaram mais rica a participação da sociedade no debate eleitoral, o que deve continuar após as eleições.