Müller e Fellay retomam o diálogo no Vaticano

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Por: André | 24 Setembro 2014

O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Gerhard Ludwig Müller, e o superior geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (lefebvrianos), Bernard Fellay, mantiveram nesta terça-feira, dia 23 de setembro, uma reunião no Vaticano, informou a Santa Sé.

A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 23-09-2014. A tradução é de André Langer.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, recordou que “fazia muito tempo que não havia contatos”. Por esta razão, a reunião desta semana é testemunho da “intenção de chegar a um acordo que sele o retorno à plena comunhão” dos lefebvrianos com a Igreja católica.

Este grupo, fundado pelo falecido arcebispo francês Marcel Lefebvre em 1970 e que não reconhece as novidades introduzidas pelo Concílio Vaticano II, desatou, em 1988, um cisma na Igreja católica quando seu fundador ordenou sem a permissão de João Paulo II quatro bispos, um deles o próprio Fellay.

“Durante o encontro foram examinados alguns problemas de ordem doutrinal e canônica e houve um acordo para proceder gradualmente e em um tempo razoável para superar as dificuldades. Há o desejo de que se chegue à plena reconciliação”, lê-se em um comunicado emitido após a reunião, qualificada de cordial, pelo Vaticano.

Na reunião também esteve presente o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, o espanhol Luis Ladaria Ferrer, e o secretário da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei, que se ocupa deste tema, Guido Pozzo.

O primeiro passo de aproximação após o cisma se deu quando Bento XVI liberalizou, em 2007, a missa com o chamado rito tridentino, em latim e de costas para os fiéis e a única reconhecida pelos seguidores de Lefebvre, e levantou as quatro excomunhões dos bispos nomeados, entre elas a de Fellay.

Em 2012, após algumas reuniões, o Vaticano entregou aos lefebvrianos um Preâmbulo Doutrinal, um documento com as condições para voltar à Igreja de Roma e estes anunciaram que haviam começado uma fase de aproximação da Igreja católica, mas o diálogo foi interrompido.

Sobretudo porque a Fraternidade Sacerdotal São Pio X ainda não voltou atrás nas suas posições em relação ao Concílio Vaticano II, que consideram uma “heresia” e que rechaçam totalmente.

Para evitar maiores polêmicas, em outubro de 2012 os lefebvrianos expulsaram um dos seus bispos, Richard Williamson, que, em declarações, havia negado a existência do holocausto judeu.

Os lefebvrianos contam com quatro bispos, cerca de 500 sacerdotes e mais de 200.000 fiéis espalhados por todo o mundo.