Por: Jonas | 23 Setembro 2014
“Vi de perto o sofrimento que tiveram”. O Papa Francisco (foto) se encontrou brevemente com os jornalistas, durante o voo de retorno a Roma, após a intensa viagem a Albânia. Respondeu somente as perguntas relacionadas à visita, razão pela qual pediu perdão por não ter entrado em outros temas. Um dos jornalistas tentou lhe perguntar sobre o Sínodo, mas, para que não a viagem recém-concluída não passasse para o segundo plano, o Pontífice decidiu falar somente sobre ela.
Fonte: http://goo.gl/KHGOIQ |
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 21-09-2014. A tradução é do Cepat.
Francisco explicou que havia descoberto que o albanês “não é tolerante, é irmão, tem a capacidade da fraternidade; e isto se vê na convivência, na colaboração entre as religiões: os muçulmanos, os ortodoxos e os católicos. Colaboram como irmãos”. O Papa, em seguida, disse ficar surpreso “desde o início” com a juventude do país. “Haviam me dito que é o país mais jovem da Europa. Vê-se uma cultura superior”, capaz de construir irmandade, “um caminho de paz, convivência e de colaboração”.
O Papa Bergoglio também disse que ficou impressionado com as histórias dos mártires albaneses: “Há dois meses estive estudando aquele difícil período para entendê-lo... Foi um período cruel, o nível de crueldade foi terrível”. E, ao se referir aos outdoors dos mártires do comunismo que adornavam as ruas de Tirana, disse: “Quando vi estas fotografias, não apenas de católicos, mas também de ortodoxos e de muçulmanos... eram mortos porque diziam acreditar em Deus. As três comunidades ofereceram testemunho de Deus e agora oferecem o testemunho da fraternidade”.
Francisco disse que desejou levar a Albânia uma mensagem que vai além, para indicar uma via de paz, convivência e colaboração. Acrescentou que considera o país do leste plenamente “europeu”, justamente por sua “cultura de convivência”. Além disso, a visão que quis dar com estas palavras foi “uma mensagem” de apoio, mesmo que a Albânia ainda não pertença à Comunidade Europeia.
Os jornalistas recordaram que a próxima viagem do Papa será para a Turquia, que faz fronteira com o Iraque. “A geografia não posso mudá-la”, respondeu brincando, e também citou a anunciada visita ao Parlamento Europeu de Estrasburgo, no dia 25 de novembro. “Talvez no dia 28 de novembro” comece a viagem a Ancara e Istambul, para poder festejar com o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, a festa de Santo André.
O Papa confirmou, ao final, que se emocionou até as lágrimas quando ouviu, na catedral de Tirana, o testemunho do sacerdote preso durante 27 anos. “De verdade, escutar um mártir falar sobre o próprio martírio é forte; acredito que estávamos emocionados, e falavam com tanta naturalidade e humildade que parecia que estavam contando a história da vida de outra pessoa”.
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“Por isso me emocionei escutando as histórias dos mártires”, explica Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU