22 Setembro 2014
Mais de 100 mulheres agricultoras de todos os estados do Semiárido se encontrarão nos dias 23 e 24 de setembro, no Convento Ipuarana, em Lagoa Seca, na Paraíba, durante o I Encontro Nacional de Agricultoras Experimentadoras, que terá com lema: Celebrando conquistas na trajetória da ASA. A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) é uma rede que está completando 15 anos e que agrega mais de três mil organizações que trabalham para o desenvolvimento de políticas de convivência com a região semiárida brasileira.
A informação é publicada por Articulação Semiárido Brasileiro - ASA, 19-09-2014.
O objetivo do encontro é de valorizar e dar visibilidade ao conhecimento e as capacidades das mulheres agricultoras e suas formas de inserção na organização do trabalho da agricultura familiar, além de construir coletivamente caminhos para superação das situações de desigualdade. “A gente vem dar visibilidade às experiências das mulheres agricultoras que tem construído a agroecologia, que tem melhorado seus quintais, que têm também realizado conquistas como o resgate da sua autonomia enquanto mulher. Um encontro como esse vem mobilizar essas mulheres. Quando elas saem pra participar, que se encontram com outras histórias, com outras mulheres, elas voltam fortalecidas pra reassumir e reafirmar cada vez mais o seu papel”, afirma Maria Leônia, da coordenação do Polo da Borborema, da ASA Paraíba.
Nos últimos 15 anos, muitas conquistas merecem ser celebradas pelas mulheres no Semiárido. A chegada das tecnologias sociais de armazenamento de água da chuva, como as cisternas, sejam de água para beber ou para produção de alimentos. Muito além da democratização do acesso ao recurso, elas vêm permitindo a melhoria da saúde da família; a diminuição da carga de trabalho
das mulheres; o aumento da disponibilidade de água no quintal e por consequência, a valorização das práticas produtivas das agricultoras, e a construção de uma nova percepção sobre seu papel e inserção técnica, social e econômica. Vem ainda favorecendo a ampliação e fortalecimento de espaços de troca de conhecimentos, a participação das mulheres em espaços coletivos e até mesmo o acesso aos mercados.
Durante os dois dias de encontro, as agricultoras irão refletir as raízes históricas dessas desigualdades, e poderão debater e construir de forma conjunta as oportunidades para a superação desse quadro. Facilitado pela peça de teatro “A vida de Margarida”, encenada pelo Grupo de Teatro Amador do Polo da Borborema, uma das dinâmicas territoriais que integra a ASA Paraíba, as mulheres serão provocadas a refletirem sobre as desigualdades das relações sociais.
Com a ajuda de maquete de um quintal montada de forma coletiva as participantes irão debater sobre as inovações e as experiências desenvolvidas a partir da criatividade de cada mulher. A partir da leitura coletiva da divisão do trabalho na propriedade e na casa, buscará dar visibilidade ao trabalho e aos conhecimentos das mulheres agricultoras. Esse momento será preparatório às visitas de intercâmbio que acontecerão no dia seguinte. As agricultoras irão visitar na prática as experiências de mulheres sistematizadas em cinco temas: Manejo da água nos quintais; Diversificação produtiva dos arredores de casa; Sementes da paixão; Pequenos criatórios e Acesso aos mercados. As visitas de intercâmbio acontecerão nos municípios paraibanos Massaranduba, Queimadas, Boqueirão, Juazeirinho e Cubati.
Ao final do Encontro, em plenária as agriculturas irão refletir o significado e o papel de cada mulher na valorização e na construção de conhecimento para convivência com o Semiárido, fortalecendo a identidade de agricultoras-experimentadoras gestoras de seus próprios conhecimentos.
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O papel da mulher na agricultura familiar é tema do I Encontro Nacional de Agricultoras Experimentadoras na Paraíba - Instituto Humanitas Unisinos - IHU