Católicos são mais propensos a votar no partido dos trabalhadores enquanto que os fiéis anglicanos, em sua maioria, apoiam os candidatos conservadores, de acordo com uma pesquisa.

A reportagem foi publicada pelo Daily Mail Reporter, 26-01-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

O grupo independente de reflexão Theos disse ter feito a primeira pesquisa em profundidade sobre a relação entre religião e política na Inglaterra.

Descobriu-se que os católicos são os mais esquerdistas entre os grupos cristãos e mais favoráveis a políticas de bem-estar do que os anglicanos, que foram vistos como sendo mais autoritários em seus valores políticos.

As pessoas não religiosas são as mais libertárias, tomando uma forma posição contra a censura. São céticos sobre a gestão e distribuição justa da riqueza também.

O diretor de pesquisa do grupo Theos e coautor do relatório, Nick Spencer, disse que, embora haja claros alinhamentos entre os pontos de vista religiosos e as votações, o “voto em bloco” não existe no país.
“A cada 5 anos mais ou menos, alguém afirma que esta ou aquela religião (ou grupo não religioso) deverá fazer oscilar a eleição”, disse.

“A política não funciona assim, no entanto, e este relatório mostra que os votos religiosos em bloco não existem na Inglaterra como muitos afirmam acontecer nos EUA. Entretanto, ela mostra haver claros e significativos alinhamentos entre vários campos religiosos e políticos, dos quais os partidos deveriam estar cientes. Numa altura em que a filiação em massa, a ideologia e o tribalismo partidários estão em baixa, deveríamos prestar atenção aos grandes valores políticos que moldem nosso comportamento durante as eleições”.

O relatório, intitulado “Voting and Values in Britain: Does religion count?” [Votação e valores na Inglaterra: A religião importa?], baseou-se em informações coletadas do censo 2010.

Os pesquisadores disseram que grupos não cristãos foram mais difíceis de serem analisados por causa do pequeno número de amostragem. No entanto, em 2010 os muçulmanos tendiam a votar, em grande parte, no partido dos trabalhadores, o mesmo ocorrendo com os hindus e sikhs em menor grau.

Entretanto, o voto judaico é mais provável ir para candidatos conservadores, enquanto que o dos budistas tende a ir para os liberais democratas.

Independentemente de religião, todos os grupos relacionaram a economia, a imigração, o déficit orçamentário e o desemprego como as questões mais importantes.