Por: André | 28 Janeiro 2014
Não duvidou em admoestar e reprovar a atitude dos sacerdotes “empresários”, “negociantes” ou, pior ainda, as mazelas dos “corruptos”e daqueles que “causam escândalos”. Na manhã desta segunda-feira, ao contrário, o Papa Francisco, na homilia da missa na Capela da Casa Santa Marta, elogiou e agradeceu aos sacerdotes santos que dedicam suas vidas no anonimato ao serviço cotidiano por conta de Deus.
Fonte: http://bit.ly/1fr2qOe |
A reportagem é de Domenico Agasso Jr e publicada no sítio Vatican Insider, 27-01-2014. A tradução é de André Langer.
Segundo indicou a Rádio Vaticano, ao comentar a primeira leitura do dia, que fala da tribo de Israel que unge Davi como seu rei, o Papa explica o significado espiritual da unção. “Sem esta unção, afirmou, Davi teria sido apenas “o chefe de uma empresa”, de “uma organização política, que era o Reino de Israel”; seria um simples “organizador político”. No entanto, “depois da unção, o Espírito do Senhor” desceu sobre Davi e permaneceu com ele. E a Escritura diz: “Davi crescia cada vez mais em força e o Senhor Deus dos Exércitos estava com ele”. “Esta, observou o Papa Francisco, é exatamente a diferença da unção”. O ungido é uma pessoa escolhida pelo Senhor. O mesmo acontece na Igreja com os bispos e os sacerdotes: “Os bispos não são eleitos apenas para levar para a frente uma organização que se chama Igreja particular, são ungidos, têm a unção e o Espírito do Senhor está com eles. Mas todos os bispos são pecadores, todos! Mas somos ungidos. Mas todos queremos ser mais santos cada dia, mais fiéis a esta unção. E aquele que faz a Igreja e que dá unidade à Igreja é a pessoa do bispo, em nome de Jesus Cristo, porque é ungido, não porque foi votado pela maioria. Porque é ungido. E nesta unção uma Igreja particular tem a sua força. E por participação também os padres são ungidos”.
A unção, prossegue o Papa, aproxima os bispos e os sacerdotes do Senhor e lhes dá a alegria e a força “para levar adiante um povo, ajudar o povo, viver a serviço de um povo”. Dá-lhes a alegria dos “escolhidos pelo Senhor, olhados pelo Senhor, com esse amor com que o Senhor nos olha a todos nós”. Assim, “quando pensamos nos bispos e nos sacerdotes, devemos pensar neles desta maneira: como ungidos”.
“De outra forma não se entende a Igreja; mas não só não se entende não se pode explicar como é que a Igreja continue a andar para a frente apenas com as forças humanas. Esta diocese avança porque tem um povo santo e tantas coisas e também um ungido que a leva, que a ajuda a crescer. Esta paróquia vai para a frente porque tem tantas organizações, tantas coisas, mas também tem um padre, um ungido que a leva para a frente. E nós, na história, conhecemos uma mínima parte, mas quantos bispos santos, quantos sacerdotes, quantos padres santos que deram a sua vida ao serviço das dioceses, das paróquias; quanta gente recebeu a força da fé, a força do amor, a esperança destes párocos anônimos, que nós não conhecemos. E há tantos!”
São muitos, disse o Papa Francisco, “os párocos do interior ou das cidades, que com a unção deram a força ao povo, transmitiram a doutrina, deram os sacramentos, isto é, a santidade”.
“Mas padre, eu li no jornal que um bispo fez isto e um padre fez aquilo! Eh sim, eu também li, mas diz-me, nos jornais vêm as notícias daquilo que fazem tantos sacerdotes, tantos padres em tantas paróquias da cidade ou do interior, tanta caridade que fazem, tanto trabalho que fazem para levar em frente o seu povo? Ah não! Isto não é notícia! É aquilo de sempre: faz mais barulho uma árvore que cai, que uma floresta que cresce. Hoje, pensando nesta unção de Davi, vai-nos fazer bem pensar nos nossos bispos e nos nossos padres corajosos, santos, bons e fiéis e rezar por eles. Graças a eles estamos hoje aqui!”
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O Papa agradece a todos os “sacerdotes santos e anônimos” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU