Por: André | 07 Outubro 2015
O arcebispo de Lyon (França), cardeal Philippe Barbarin, disse, na segunda-feira, que a doutrina da Igreja sobre os homossexuais “não é nova”, embora “o papa a apresente de forma diferente” e consiste em que “a Igreja não pode excluir ninguém por ser homossexual”.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 05-10-2015. A tradução é de André Langer.
Barbarin, primaz da Igreja na França, fez no início da semana uma conferência em Logronho (Espanha), onde se encontra para participar de um dia de formação do clero (da província e comunidade autônoma) de La Rioja e fez uma alusão ao Sínodo, que começou na segunda-feira. Ele acredita que o Papa “não dirá coisas novas, porque a palavra é eterna”, mas “dirá as coisas de sempre de maneira nova”.
Nesta mesma linha, destacou a importância da “liberdade” para enfrentar a situação dos homossexuais na Igreja.
“Há dois tipos de padres ao receber os homossexuais: um lhes diz que o regulamento da Igreja é uma besteira e o outro se restringe a ele” e “enquanto o primeiro mata a Deus, o segundo mata as pessoas”.
Por isso, acredita que o Papa vai propor e reafirmar depois do Sínodo, “em primeiro lugar, acolher os filhos de Deus e servi-los”.
O cardeal de Lyon advertiu sobre o “problema que parece haver na sociedade com a liberdade” já que “se considera que tudo se restringe a regulamentos que devem ser cumpridos” e “isso não é cristão”.
“A Igreja na pode excluir ninguém. Cada um deve estar no seu lugar, mas todos têm seu posto”, disse, e revelou que ele mesmo tem em sua diocese colaboradores homossexuais. “Gosto deles e trazem muitas coisas importantes à comunidade”, disse Barbarin, que este ano criticou a regulação na França sobre o casamento homossexual.
E destacou que “se uma pessoa é gay e busca a Cristo, quem somos nós para julgá-la” e essa “pessoa avança na relação com Deus como cada um de nós; para todos é igual e só há uma palavra de Deus e um amor de Deus”.
Por outro lado, e em declarações à Cope, o cardeal de Valladolid e presidente da Conferência Episcopal, Ricardo Blázquez, referindo-se aos trabalhos do Sínodo destacou que “foi uma manhã intensa e serena e imprimimos o ritmo que vamos seguir nas próximas três semanas. O Papa pediu três atitudes aos padres sinodais: coragem apostólica, humildade evangélica e oração confiante. Três atitudes para os padres sinodais, e para si mesmo, não ter medo dos problemas do nosso tempo e não temer a sociedade contemporânea. Nós também somos de hoje, não de ontem ou de anteontem. Queremos prestar um serviço que atinge a sociedade inteira, o matrimônio e a família e todos estamos implicados como pais, avós... e temos que tratá-lo com muito respeito”.
“Não há trincheiras; nessas expressões há muito de fantasioso. Cada um tem suas próprias experiências. O matrimônio e a família são células vivas na sociedade, o matrimônio une a partir do amor e da fidelidade. Há diferenças que são legítimas e não contraditórias e isso devemos ser capazes de entender. Umas pessoas são varões e a nossa personalidade vai na linha de ser varões e outras são mulheres e vão na linha de amadurecer como mulheres. Todos somos iguais na mesma dignidade, todos fomos criados à imagem e semelhança de Deus. A vida matrimonial e familiar é muito bonita e isso é algo que o Sínodo quer destacar”, apontou Blázquez.
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“A Igreja não pode excluir ninguém por ser homossexual”, diz o cardeal Barbarin - Instituto Humanitas Unisinos - IHU