05 Outubro 2015
Somente faltava a estrela do dia, monsenhor Charamsa, na primeira Assembleia da “Rede Internacional dos católicos gays”.
Contudo, a ausência, a sua saída do armário condicionou profundamente o encontro: organizado há tempo no blindado Centro Pellegrini “Santa Teresa Couderc”, em Roma, e tomado de assalto pela imprensa italiana e internacional.
A reportagem é de Andrea Scultellà, publicada por Il Trentino, 04-10-2015. A tradução é de IHU On-Line.
“Nos criou mais problemas que todo o resto...”, comentou com um sorriso sarcástico Andrea Rubera, presidente de Nuova proposta, associação que há mais de 25 anos atua, na Itália, na cura pastoral dos gays e dos transexuais cristãos.
“Acho que os casais homossexuais tem o mesmo direito de encontrar apoio espiritual, humano, amigável que os casais heterossexuais. Também os casais gays católicos se desentendem e se abandonam”.
Sobre a mobilização contra a assim chamda teoria gender, Rubera tem ideias claras: “É uma maquinação criada para estancar projetos de lei que tem a ver com a política. Não existe. Está criando o pânicos entre os pais. É preciso fazer uma poderosa campanha de informação para passar da cultura da ideologia para a do confronto humano”.
Precisamente os conceito de diálogo e de cura pastoral foram os principais temas do encontro. São muitos os excelentes agentes que há anos, em silêncio, atuam no campo dos direitos dos homossexuais no interior da Igreja católica.
No encontro estava a irmã Jeannine Gramick, protagonista de um documentário ganhou o prêmio Emmy e Peabody, autora de livros e fundadora de grupos religiosos para reconciliação entre a comunidade LGBT e a Igreja, e que foi hostilizada pela Congregação para a Doutrina da Fé.
Estava também presente Mary McAleese, ex-presidente da Irlanda e que apoiou o referendum pela igualdade de casamento, que conseguiu introduzir o casamento entre pessoas do mesmo sexo num dos países mais católicos da Europa.
Mas, sobretudo, estava Raul Vera, bispo de Santillo, no México, e hóspede de honra do encontro, candidato a premio Nobel em 2012 pelo seu ativismo no campo dos direitos humanos das minorias: desde os indígenas à comunidade LGBT. “São os sinais dos tempos – disse o bispo aos jornalistas.
Todos os grupos que sofreram a exclusão estão fazendo ver a sua dignidade. As mulheres começaram no tempo de João XXIII. Eu vivi com os indígenas em Chiapas. Os migrantes fazem o mesmo, assim como a comunidade LGBT. Deus nos está falando por meio destas pessoas. Eu sou testemunha dos seus sofrimentos”.
Os verdadeiros inimigos são as fobias. “Devemos mudar a nossa mentalidade. Alimentar a homofobia e transfobia não é cristão”.
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“Chegou a hora de dizer um basta à homofobia” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU