Ruralistas investigados por invasão de territórios indígenas farão relatório da PEC 215

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: Cesar Sanson | 20 Março 2015

Na terça-feira desta semana, no Congresso Nacional, foi reinstalada a Comissão Especial que analisará a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/2000, que, entre outros pontos, pretende transferir do Executivo para o Congresso Nacional a prerrogativa sobre demarcações de Terras Indígenas.

A reportagem é publicada pelo portal do Cimi, 19-03-2015.

Sob protesto de sete indígenas – outros 80 foram impedidos de entrar no plenário - que seguraram faixa com os dizeres “Ruralista Lava Jato”, foi definida a presidência e relatoria da Comissão, designadas para Nilson Leitão (PSDB-MT) e Osmar Serraglio (PMDB-PR), respectivamente. Os deputados são acusados pelo Ministério Público Federal em Mato Grosso de invadir terras indígenas e direcionar o parecer da Comissão no mandato anterior. Saiba mais: Processo contra relator e vice de comissão sobre terras indígenas chega ao STF.

O deputado Sarney Filho (PV-MA) conseguiu negociar um acordo e a votação do relatório foi adiada para daqui a dois meses. No entanto, os ruralistas reapresentarão o último parecer, que, sob a relatoria de Serraglio, foi elaborado por advogado ligado à Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), que teria recebido R$ 30 mil para construção do documento (Lembre aqui: MPF E PF investigam interferência indevida de ruralistas na tramitação da PEC 215). No fim de 2014, povos indígenas mobilizados em Brasília e parlamentares aliados conseguiram impedir sua votação.

“Se for aprovada pode dar uma repercussão internacional, Ações Diretas de Inconstitucionalidade e nós Estamos dispostos a usar de todos os meios democráticos possíveis para que essa PEC não seja votada e ser for votada aqui na Câmara que não seja votada no Senado e que o governo entre e que a Justiça a declare inconstitucional”, disse Sarney Filho (PV-MA).

Novo parecer da PEC 215

Transfere do Executivo para o Congresso a prerrogativa de aprovar a oficialização de Terras Indígenas, Unidades de Conservação e Territórios Quilombolas e adota a data de promulgação da Constituição (5/10/1988) como “marco temporal” para comprovar a posse indígena, ou seja, a comunidade teria direito à terra apenas se puder demonstrar que ocupava o território nessa data.