Por: Marilene Maia e João Conceição | 28 Abril 2017
O Instituto Humanitas Unisinos – IHU lançou nos últimos dias a 503ª edição da Revista IHU On-Line com o tema de capa “A ‘uberização’ e as encruzilhadas do mundo do trabalho”. O tema, além de reforçar a importância do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora no mundo contemporâneo, reafirma o compromisso do IHU com o tema como uma de suas áreas de atuação, diante do momento social e político vivido pelo país com reformas da previdência e alterações na legislação trabalhista.
O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos, programa do IHU, dá seguimento à sistematização e análise da movimentação no mercado formal de trabalho no mês de março de 2017 na região do Vale do Sinos. Os dados mostram que no passado o mercado de trabalho continuou com saldo positivo, assim como aconteceu em janeiro e fevereiro de 2017. O retorno dos setores mais importantes da economia, como Serviços, Indústria de Transformação e Construção, foram as áreas que mais criaram postos de trabalho. Os dados ainda indicam que a maior parte desses novos empregos criados foram preenchidos por desempregados.
A tabela 1 mostra que o saldo positivo entre admitidos e desligados em emprego formal no mês de março foi de 902. Apenas três municípios do Vale do Sinos registraram saldo negativo: Dois Irmãos (-35), Nova Santa Rita (-135) e Novo Hamburgo (-84). O município de São Leopoldo sozinho foi responsável por 461 dos 902 novos postos de trabalho formal criados em março. Os dados do CAGED ainda revelam que quando se compara com o ano passado a situação é um pouco melhor. Isso significa que no ano de março de 2016 o saldo acumulado foi de 716 novos postos de trabalho. Já em março de 2015, o mercado de trabalho formal no Vale do Sinos tinha gerado 1.513 novos postos de trabalho.
A tabela 2 mostra a distribuição entre o saldo de admitidos e desligados no mês de março entre os oito setores do mercado de trabalho formal definido pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística – IBGE. Assim como em janeiro e fevereiro deste ano, o mês de março volta a reforçar a retomada dos postos de trabalho nos setores mais importantes da economia.
O setor de Serviços foi responsável por 641 novos postos de trabalho, assim como a Indústria de Transformação (278) e a Construção Civil (142). Esses três setores sozinhos representaram 1.061 novos postos de trabalho formais no Vale do Sinos. Apenas os setores de Extrativa Mineral e Administração Pública obtiveram maior número de desligados do que admitidos; ainda assim o saldo ficou bem abaixo do que já foi registrado em meses e anos anteriores. Já o Comércio segue apresentando significativas reduções de postos de trabalho.
Quando olhamos para o retrovisor e analisamos o mês de março de 2016, percebe-se que alguns indicadores do mercado de trabalho na região ainda estão retrocedendo. A Indústria de Transformação no ano passado apresentou um saldo positivo de 558 novos postos de trabalho e o saldo negativo no Comércio era de 60. O setor de Serviços apresentou no ano passado 288 novos postos de trabalho frente a 641 em 2017. A Construção Civil amargava a perda de 95 postos de trabalho frente a criação de 142 em 2017. O saldo total entre admitidos e desligados no ano passado foi 716, enquanto este ano foi de 902.
Os dados do CAGED possibilitam mostrar a forma como foram concebidos esses novos postos de trabalho no mês de março de 2017. Entre os 13.608 empregos criados no mês de março de 2017 no Vale do Sinos, 12.256 estavam sendo admitidos por reemprego. São os trabalhadores que a pouco tempo atrás estavam desempregados e foram admitidos novamente Os desligamentos, por sua vez, têm se caracterizado por demissões por parte dos empregadores. As 12.706 demissões que ocorreram foram principalmente por demissão sem justa causa, término no contrato de trabalho e contrato com prazo determinado.
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São Leopoldo e Vale do Sinos têm saldo positivo no mercado de trabalho formal em março de 2017 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU