02 Março 2025
Francisco não pode aparecer em público mas sua mensagem se difunde: "Estou enviando-a do hospital para vocês, vivo esses momentos como uma bênção porque se aprende a confiar em Deus". E obrigado pelas orações: "Sinto-me apoiado por todos"
A reportagem é de Andrea Gualtieri, publicada por La Repubblica, 02-03-2025.
Francisco fala sobre seu estado de espírito, refere-se à sua “fragilidade” e agradece pelas orações. E ele sempre apela à paz, com particular participação: “Daqui – escreve – a guerra parece ainda mais absurda”. O Papa Francisco envia sua mensagem aos fiéis da Policlínica Gemelli, no décimo sétimo dia de internação.
É domingo e tradicionalmente está programada a recitação do Angelus. Pela terceira semana consecutiva, o pontífice não pode comparecer e falar diretamente. A hipótese foi levantada, pouco mais que uma esperança na realidade, até a noite de sexta-feira. Então, a notícia angustiante da nova crise respiratória varreu todas as possibilidades. Bergoglio, no entanto, parece estar reagindo bem: de acordo com as últimas atualizações, ele está recuperando os níveis de oxigenação anteriores ao broncoespasmo, alternando a nova máscara sobre o nariz e a boca com a máscara anterior menos invasiva.
Enquanto isso, incapaz de fazer ouvir a sua voz, ele confia a sua mensagem ao texto escrito: “Estou enviando-lhe novamente estes pensamentos do hospital, onde, como vocês sabem, estou há vários dias”, afirma ele após a parte em que comenta o Evangelho dominical. Ele ressalta que está “acompanhado por médicos e profissionais de saúde” em sua internação e agradece “pela atenção com que cuidam” dele.
Em seguida, o Papa relata seus sentimentos nesta fase da doença: “Sinto no meu coração a ‘bênção’ que se esconde na fragilidade, porque justamente nestes momentos aprendemos ainda mais a confiar no Senhor. Ao mesmo tempo, agradeço a Deus porque ele me dá a oportunidade de compartilhar no corpo e no espírito a condição de tantas pessoas doentes e sofredoras."
Francisco, que lê os jornais todas as manhãs, está ciente das atenções e iniciativas de oração para ele: “Sinto todo o vosso carinho e proximidade”, escreve, “e, neste momento particular, sinto-me como se fosse ‘carregado’ e sustentado por todo o Povo de Deus”. Ele diz que retribui as orações: “Principalmente pela paz”, diz ele. E ele enumera as áreas atormentadas como um rosário: Ucrânia, Palestina, Israel, Líbano, Mianmar, Sudão, Kivu. Com essa frase: “Daqui a guerra parece ainda mais absurda.”
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