Papa cita Dietrich Bonhoeffer, teólogo protestante assassinado pelo regime nazista

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16 Setembro 2024

O Papa Francisco citou novamente o teólogo protestante e resistente ao nazismo Dietrich Bonhoeffer (1906-1945). O pastor, assassinado pelos nazistas, sempre se questionava: "o que é o cristianismo ou quem é Cristo para nós hoje?", citou o Papa no domingo, durante a oração do Ângelus na Praça de São Pedro, mencionando uma carta de Bonhoeffer escrita na prisão. "Infelizmente, muitos não se fazem mais essa pergunta e permanecem 'calmos e apáticos', também afastados de Deus", disse Francisco.

A reportagem é publicada por Katholisch.de, 15-09-2024.

Em vez disso, as pessoas deveriam se perguntar quem é Jesus para elas, se elas se deixam sacudir por Ele e qual o lugar que Ele ocupa em suas vidas, explicou o Papa. Não basta conhecer a doutrina da Igreja e recitar orações corretamente. "Eu sigo Jesus apenas em palavras, mantendo uma mentalidade mundana, ou eu o sigo e permito que o encontro com Ele transforme minha vida?" Isso transforma o modo de pensar e agir, as relações com os outros e a disposição de acolhê-los e perdoá-los. "Tudo muda quando se conhece verdadeiramente Jesus", enfatizou o líder da Igreja.

Citação de Bonhoeffer aplicada ao processo de reforma católica

O Papa Francisco já havia se referido a uma citação do teólogo protestante alemão Bonhoeffer em sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, em janeiro de 2022: "Quem não pode ouvir seu irmão, logo também não poderá ouvir Deus". Naquela época, ele aplicou a citação ao processo sinodal da Igreja Católica, que busca uma nova forma de aconselhar e tomar decisões. Em outubro, este processo de reforma entrará em sua fase decisiva durante o Sínodo Mundial dos Bispos em Roma.

Além disso, o Papa Francisco lembrou com palavras emocionantes de um jovem de 23 anos, sequestrado e morto pelo Hamas radical islâmico. "Penso em Hersh Goldberg-Polin, que foi encontrado morto no início de setembro junto com outros cinco jovens", disse ele durante o Ângelus. A mãe de Hersh, Rachel Goldberg, que em novembro agradeceu ao Papa em uma mensagem de vídeo por seu esforço em prol dos reféns, impressionou-o com sua humanidade, disse Francisco. "Estou ao lado dela neste momento", enfatizou ele.

"Rezo pelas vítimas e continuo próximo a todas as famílias dos reféns", disse o Papa. "Acabem com a violência, acabem com o ódio, libertem os reféns, continuem as negociações para que sejam encontradas soluções de paz", apelou o líder da Igreja. Ele também lembrou da situação na Ucrânia e em Mianmar. Guerras cobrem o mundo de sangue, alertou Francisco. "Quantas vítimas inocentes! Penso nas mães que perderam seus filhos na guerra. Quantas vidas jovens destruídas!", disse o Papa.

Hersh Goldberg-Polin, que possuía cidadania israelense e norte-americana, foi um dos jovens sequestrados como reféns pela Hamas em 7 de outubro durante um festival de música. Seu caso ganhou notoriedade porque seus pais lutaram publicamente por sua libertação. Na Alemanha, sua história também recebeu atenção, já que Hersh era torcedor do clube de futebol Werder Bremen.

Inundações em Mianmar e Vietnã

O Papa também rezou na Praça de São Pedro pelas pessoas no Vietnã e em Mianmar, que foram afetadas por inundações causadas por um tufão. Ele também homenageou o padre e fundador de uma ordem religiosa no México, Moisés Lira Serafine (1893-1950), beatificado no sábado na Cidade do México, como um exemplo para fiéis e sacerdotes.

Além disso, Francisco lembrou do Dia dos Pacientes com ELA, que foi celebrado neste fim de semana em toda a Itália. Ele rezou pelos afetados e seus familiares e incentivou mais pesquisas sobre a doença, disse o Papa. A "17ª Giornata Nazionale Sla" lembra os afetados pela doença incurável do sistema nervoso motor, a esclerose lateral amiotrófica (ELA).

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