O Partido dos Trabalhadores quer conversar, nessas eleições, com o movimento evangélico brasileiro, tanto que a Fundação Perseu Abramo (FPA) lançou uma cartilha dirigida a seus candidatos e lideranças com indicações e algumas informações históricas.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista. 

Reconhecer o papel da fé na vida das pessoas que creem é um elemento central para dialogar com elas, assinala a “Cartilha Evangélica: Diálogo nas Eleições”, preparada pelo Grupo de Trabalho Inter Religioso da FPA, integrada por membros de diversas vertentes.

A grei evangélica brasileira é estimada em 40 milhões de pessoas, que fazem parte da grande diversidade brasileira. Os próprios evangélicos são plurais entre si, “tanto no que diz respeito à fé (baseada na livre leitura e interpretação da Bíblia) quanto às nossas preferências políticas”, reza a Cartilha.

O texto valoriza a família, destacando que muitas famílias brasileiras são lideradas por mulheres negras e evangélicas de periferia, “que colocam o bem-estar de seus filhos como um objetivo central de suas vidas”. A Cartilha lembra de enfatizar as políticas públicas que contribuem para o seu fortalecimento, dando-lhes dignidade e defesa da moradia, alimentação, trabalho decente, descanso, enfim, vida plena, como sinaliza o Evangelho de João, capítulo dez, versículo dez.

Para mostrar que o PT e suas lideranças jamais defenderam o fechamento de igrejas, como propagam muitas fake news espalhadas pelo país, o texto aponta que foi sob os governos Lula e Dilma que foram criados a Lei da Liberdade Religiosa, o Dia Nacional do Evangélico, o Dia Nacional da Marcha para Jesus e o Dia Nacional da Proclamação do Evangelho.

A Cartilha recomenda aos candidatos e lideranças do PT não citarem a Bíblia sem conhecê-la, não enxergarem os evangélicos como se eles fossem todos iguais, não tratarem todo evangélico como fundamentalistas, o que demonstra preconceito, e não rejeitarem possibilidades de compreender o mundo a partir da interpretação bíblica.

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