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Pesquisa mostra como ‘modernização’ de Porto Alegre passou por higienização racial

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24 Mai 2023

Dissertação de Vitória Oliveira aborda como os processos de embranquecimento 'físico' e 'simbólico' da Capital não foram acidentais.

A reportagem é de Luís Gomes, publicada por Sul21, 21-05-2023.

Como os planos de modernização realizados em Porto Alegre entre o final do século 19 e o início do século 20 se relacionam com o apagamento da cultura e da memória dos bairros negros da Capital? Esse foi o tema desenvolvido pela pesquisadora Vitória Kramer de Oliveira em sua dissertação de mestrado do Programa de Pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Ilustração do Beco do Poço, na região central de Porto Alegre – década de 1920 | Foto: Arquivo pessoal

Vitória explica que o objetivo inicial da sua pesquisa era estudar o componente político do urbanismo e que, ao participar de um seminário da pesquisadora Daniele Vieira sobre a cartografia de territórios negros de Porto Alegre, decidiu trabalhar como os processos históricos foram e são ainda afetados pelo recorte racial.

“Eu comecei a ler sobre o território da Colônia Africana, que virou o bairro Rio Branco, os territórios negros da Cidade Baixa, que depois também foram embranquecidos, e eu comecei a perceber um padrão de comportamento, que não me pareceu acidental. Eu fui pesquisar os planos de Porto Alegre, como aconteceu a urbanização, como aconteceram as grandes obras, quem é que pensou nos espaços da cidades, qual era a justificativa do poder público para urbanizar e modernizar a cidade”, diz.

Na pesquisa, ela analisou os planos urbanísticos elaborados para a cidade a partir de 1914 e estudou como se deram os processos de construção da avenida Borges de Medeiros — onde antes se localizava o Beco do Poço –, do Parque da Redenção — antigo Campos da Redenção, em homenagem à libertação de negros escravizados — e de canalização do Arroio Dilúvio com a realocação dos moradores do território da Ilhota.

“Analisando os planos, a gente percebe claramente um ideal de cidade, que não falava obviamente de raça, mas que, na efetivação do planejamento urbano na prática, existia um componente racial muito claro”, diz.

A pesquisadora destaca que grandes intervenções do início do século 20 foram feitas com a justificativa de trazer melhorias de saneamento à cidade e, em geral, tinham como contrapartida a remoção das populações negras das áreas centrais. Outro marco da “modernização” da Capital foi a abertura de grandes avenidas, como foi o caso da Borges de Medeiros e da região da Ilhota — localizada em partes dos atuais bairros Cidade Baixa, Menino Deus e Azenha.

“O que existia antes? Era um nada? Não tinha ninguém morando e ocupando os espaços da avenida que foi aberta? A partir de recortes de jornais, dos relatos de cronistas da época, a gente vai percebendo que existiam pessoas morando e que existia um recorte racial, de classe, mas muito notadamente racial, nestes espaços e que eles foram alvos de uma política de limpeza, basicamente”, afirma. “Por trás desse discurso de modernização, isso teve efeitos bem marcados de uma higienização racial dos espaços que eram centrais e valorizados da cidade.”

Vitória pontua que, além do “apagamento físico”, com a remoção das populações negras para as periferias, esse processo também resultou no apagamento “simbólico” da memória cultural. Para ela, o que aconteceu, por exemplo, no Parque da Redenção, foi um processo deliberado de mudança da identidade da cidade a partir da valorização da memória farroupilha em um espaço que, quando era conhecido como Campos da Redenção, homenageava os negros libertos da escravidão.

“A figura heroica do branco que lutou na guerra fica como motivo de orgulho e de herança, temos um dia para lembrar essa história, mas a gente não para e pensa que o Parque do Farroupilha é o Parque da Redenção. O que existia ali? Por que tem esse nome? Por que se transformou em Parque Farroupilha? Por que não temos estátuas que remontem? Por que o local foi modificado?”, questiona.

Neste sentido, ela avalia que a forma como se escolheu contar a “história oficial” de Porto Alegre é permeada pelo apagamento da memória negra. “É bem simbólico falar de cultura, de patrimônio, do samba que acontecia na Ilhota, de todas as manifestações culturais que aconteciam na cidade e, de um momento para outro, vieram abaixo”.

Mapeamento dos territórios negros de Porto Alegre na pesquisa de Daniele Vieira | Foto: Reprodução

Processo ainda em andamento

A pesquisadora avalia que este processo de apagamento da memória cultural da população negra seguiu e segue acontecendo até hoje na cidade. Um exemplo marcante é o Carnaval, que, no início do século, deixou de ser realizado na região central da cidade e migrou para o Porto Seco, cerca de 20 km distante do Centro.

“Uma herança muito clara das populações negras de Porto Alegre, que tem toda uma história, um patrimônio imaterial e material da população, foi tirado de um lugar central e acessível, que tinha outra visibilidade. Quando a gente vê que, ao longo dos últimos anos, vão se tirando os incentivos e os investimentos do poder público para o Carnaval, e quando a gente coloca o Porto Seco numa região hiper afastada e diz que esse é o lugar onde o Carnaval vai acontecer, acho que isso também delimita uma higienização racial desse espaço da cidade”, diz.

Ela cita ainda como parte desse movimento novas “tradições”, não relacionadas à cidade, que vêm ganhando espaço no imaginário da cidade, como o Saint Patrick’s Day (Dia de São Patrício), que homenageia o padroeiro da Irlanda. Neste ano, ruas do 4º Distrito foram fechadas para a celebração, que, nas palavras de um texto publicado pela Prefeitura celebra a “cultura irlandesa com forte presença em Porto Alegre há, pelo menos, cinco anos”.

“Por que Porto Alegre não é conhecida pelo Carnaval e agora que ser conhecida como a cidade que tem o Saint Patrick’s Day? São essas pequenas nuances que a gente vai percebendo de como a raça entra como fator determinante para a imagem da cidade, para a identidade da própria cidade”, diz Vitória.

Por outro lado, ela pontua que esse apagamento não logrou sucesso total, uma vez que há todo um esforço de resgate da memória dos espaços e da cultura negra, como o trabalho de Daniele Vieira, cuja pesquisa possui uma perspectiva geografizada e cartografada da memória dos territórios da comunidade negra da cidade.

Além disso, destaca que manifestações culturais sobreviveram em novos espaços. “Foi um apagamento incompleto, de certa forma, porque essas manifestações não deixaram de existir, trocaram de lugar. Dá para pensar por esse lado também”, diz.

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