22 Março 2023
A 15ª edição do levantamento elaborado pelo Instituto Trata Brasil mostra que Porto Alegre caiu do 43º para o 49º lugar entre as 100 maiores cidades do país. É a maior queda entre os cinco municípios gaúchos listados no levantamento, que considera os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento de 2021.
A informação é publicada por Matinal, 21-03-2023.
O atendimento de esgoto na Capital é de 91,62% e o acesso à água é universalizado, mas o tratamento total de esgoto é de pouco mais da metade das residências: 52,72%.
Pelo mesmo motivo também caíram Caxias do Sul (do 62º para o 67º) e Pelotas (de 80º para 84º). Gravataí avançou quatro posições (de 92ª para 88ª) e Canoas, duas colocações (de 81ª para 79ª).
A liderança geral é São José do Rio Preto (SP), que tem serviço público de saneamento. O que fez a cidade paulista apresentar todos os indicadores dos serviços básicos alinhados com as metas previstas pelo Marco Legal do Saneamento foram os investimentos no tratamento de esgoto.
Em Porto Alegre, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) anda na contramão, como o Matinal mostrou no final do ano passado. Segundo o Sindicato dos Municipários (Simpa), o Dmae estaria operando com menos de 60% do quadro técnico ideal, pouco mais de 1,1 mil funcionários.
A precarização do serviço, aliás, vem de administrações anteriores. Em 2020, o Tribunal de Contas do Estado tornou público um relatório no qual descreve o resultado de três anos de inspeções feitas no órgão. No período, o nível de capacitação dos trabalhadores diminuiu, o quadro de funcionários caiu para o menor índice desde 2007 e as interrupções do abastecimento de água haviam aumentado 40% em relação ao último ano do governo anterior.
O tema merece atenção, já que a privatização de pelo menos parte do Dmae é tratada como prioridade para este ano pela gestão de Sebastião Melo (MDB).
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Porto Alegre cai seis posições em ranking nacional de saneamento - Instituto Humanitas Unisinos - IHU