20 Agosto 2021
O Vaticano precisa quebrar os cinco meses de silêncio e rapidamente esclarecer a situação em Hamburgo, cobrou o vigário-geral da Arquidiocese.
A reportagem é de Christa Pongratz-Lippit, publicada por The Tablet, 19-08-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
O Papa Francisco concedeu uma licença ao arcebispo de Hamburgo, Stefan Hesse, no final de março, depois de um relatório da diocese de Colônia, a diocese anterior de Hesse, implicá-lo em diversas falhas na gestão dos casos de abusos. O vigário-geral Ansgar Thim tem administrado a Arquidiocese de Hamburgo, mas em 12 de agosto ele declarou que a situação na arquidiocese tem se tornado insustentável e demandou rápido esclarecimento do Vaticano.
A Arquidiocese de Hamburgo declarou mais cedo no seu site que espera sinceramente que “o Vaticano não atrase muito em tomar uma decisão”. A arquidiocese espera que o Papa aceite a renúncia de Hesse, diz a declaração.
“Eu não estou fugindo da responsabilidade, mas gostaria de enviar um claro sinal a todos desta casa e afora que as coisas não podem andar assim”, escreveu Thim em carta ao membros de todos os conselhos arquidiocesanos de Hamburgo.
Não houve nenhuma reação do Vaticano sobre como as coisas deveriam continuar na arquidiocese desde que o Papa Francisco concedeu licença ao arcebispo Stefan Hesse no final de março, explicou Thim. Hesse, portanto, permaneceu como arcebispo e a sé não estava vaga.
Era impossível dirigir uma diocese por tanto tempo “sem nenhuma reação do Vaticano”, disse Thim. A situação atual tornou-se uma “provação permanente e sobrecarrega”. Ele não tinha absolutamente nenhuma informação sobre quando uma decisão do Vaticano poderia vir, disse ele, mas apreciou muito o trabalho que os conselhos arquidiocesanos estavam fazendo e ficaria grato se continuassem à sua disposição. Ele havia notificado o núncio apostólico, o arcebispo Nikola Eterovic em Berlim.
Depois que as primeiras acusações foram feitas contra ele em 2020, o arcebispo Hesse escreveu ao Papa Francisco pedindo-lhe que revisse o seu caso. Sob o falecido cardeal Meisner (arcebispo de Colônia de 1989 a 2014), Hesse foi primeiro seu coordenador de pastoral, de 2003 a 2012, e depois vigário-geral de 2012 a 2014. O Papa Francisco o nomeou arcebispo de Hamburgo em 2015.
O tão esperado relatório de 800 páginas sobre o tratamento de casos de abuso do clero na arquidiocese de Colônia foi publicado em 18 de março deste ano. Nele, Hesse foi acusado de 11 violações do dever na forma como lidou com tais casos, e ele devidamente ofereceu ao Papa sua renúncia. Em 29 de março, a arquidiocese de Hamburgo anunciou que o Papa Francisco havia concedido licença a Hesse por um período indefinido, mas deixou em aberto a questão de saber se ele aceitava a oferta de Hesse de renunciar. O prazo de três meses para a aceitação de tal oferta, que é prescrito pela lei canônica, já passou.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Alemanha. Vigário-geral de Hamburgo cobra ação do Vaticano depois do pedido de renúncia do arcebispo acusado de encobrir abusos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU