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Pessoas, poder e lucros. O que dizer do último livro do ganhador do Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz?

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16 Dezembro 2020

Em seu último livro Peuple, pouvoir & profits, Le capitalisme à l’heure de l’exaspération social (Pessoas, poder e lucros, O capitalismo em uma era de exasperação social), o Prêmio Nobel de Economia Joseph E. Stiglitz apresenta uma nova e dura acusação contra o neoliberalismo. Uma análise ácida que agradará aos leitores ávidos por compreender os mecanismos econômicos contemporâneos, mas que também decepciona pela falta de ousadia. Expliquemos!

A análise do livro é publicada por Mondialisation, 15-12-2020. A tradução é de Cesar Sanson.

Eis a análise.

Peuple, pouvoir & profits,
Le capitalisme à l’heure de l’exaspération social.
Livro de Joseph E. Stiglitz.
(Divulgação)

Ex-membro do governo Clinton e vice-presidente do Banco Mundial, Joseph E. Stiglitz desfruta de respeito no mundo econômico da qual conhece como poucos o funcionamento interno. Esse respeito foi reforçado com a obtenção, em 2001, do Prêmio Honorário do Banco da Suécia em homenagem a Alfred Nobel (indevidamente qualificado como Prêmio Nobel de Economia) por sua análise da instabilidade dos mercados financeiros. Com People, Power & Profits, seu décimo nono livro, publicado antes da pandemia Covid-19, o autor dá continuidade em suas análises às falhas do neoliberalismo e suas consequências deletérias para a população americana.

O autor não se contenta com uma análise simples. Toda a segunda parte do livro procura traçar os contornos de um programa progressista para corrigir a situação econômica americana. Um programa que destaca o papel do Estado, reabilitando o seu papel estratégico no interesse do maior número de pessoas.

Uma iniciativa prescritiva, concreta, rara o suficiente para ser destacada, uma vez que os intelectuais tendem a se calar quando se trata de dizer o que fazer.

Um setor privado à deriva e uma concorrência de fachada

O autor critica fortemente o setor privado que, segundo ele, atende apenas aos seus próprios interesses em prejuízo da saúde econômica global. Citando Adam Smith, o pai do neoliberalismo, para quem "é raro que pessoas do mesmo ramo se reúnam [...] sem que a conversa acabe em conspirações contra o público ou maquinações para aumentar os preços", Stiglitz explica que longe de uma economia onde há concorrência saudável, as grandes empresas buscam impor, de forma conjunta, os seus interesses. Resultado: os mercados tendem a se tornar cada vez mais monopolistas. De fato, embora o neoliberalismo tenha feito da competição livre a pedra angular de toda a sua base teórica, a realidade econômica mostra, ao contrário, que as grandes empresas detêm o poder de mercado que lhes permite ditar as regras que lhes convêm na obtenção de lucros colossais.

Por isso fusões e aquisições se multiplicaram nos últimos anos, permitindo que duas empresas de um mesmo ramo se unam para eliminar a concorrência e impor suas regras e preços. Os valores mobilizados para essas operações atingiram um recorde em 2015 com 4,7 bilhões de euros. O caso do Facebook ter gasto US$ 1 bilhão em 2017 para adquirir o Instagram é emblemático. Trata-se de operação de "fusão" preventiva com o objetivo de eliminar um potencial concorrente no mercado de distribuição de publicidade digital.

Com essas operações, as grandes empresas não precisam mais se envolver em uma guerra de preços para conquistar clientes e estabelecer o seu monopólio. Eles podem então, em paz, vender seus produtos a um preço alto para obter o que Stiglitz chama de super lucro. Trata-se de uma transferência direta de riqueza do consumidor, pagando por um produto acima do seu valor, para as grandes empresas. Uma manobra que agrava as desigualdades e enriquece os acionistas em prejuízo dos consumidores.

A ausência que mina a economia

Na mesma linha, empresas conspiram entre si para chegar a acordos que impeçam que uma contrate trabalhadores de outra. A ideia? Um assalariado de uma empresa não pode trabalhar para um concorrente sob pena de sanção para sua nova empresa. Evita-se assim que os funcionários se transfiram para outras empresas que poderiam oferecer maiores salários e os rendimentos são mecanicamente puxados para baixo à medida que as margens de lucros aumentam.

Uma situação que reduz o poder de compra das famílias ao limitar os salários e superfaturam os produtos, mas que também prejudica toda a economia através de um efeito dominó. Uma empresa em situação de monopólio resistirá em investir em sua infraestrutura porque não há competitividade. O mesmo se aplica à pesquisa e inovação, que são áreas chaves para impulsionar o crescimento.

O Estado, o único capaz de corrigir as falhas do setor privado

Assim, a confiança religiosa no setor privado levou os Estados Unidos a esta situação: "uma economia de horizonte curto e crescimento lento", afirma Stiglitz.

Para mudar esse processo, o autor defende um papel cada vez maior para o Estado, usando instrumentos fiscais para tributar altas rendas e os ganhos de renda, com o propósito de investir naquilo que contribui para melhorar o crescimento: pesquisa, educação e inovação. Stiglitz também critica a democracia americana guiada pelo dinheiro: "vivemos em um sistema onde um dólar equivale a um voto" e por um sistema de votação que não representa realmente a vontade popular. Uma reforma desse sistema de eleição presidencial levaria, segundo o autor, ao poder presidentes mais representativos da vontade popular e, portanto, mais preocupados com os interesses dos cidadãos.

Uma visão em descompasso com as problemáticas contemporâneas

Se muitas de suas análises são interessantes, o texto sofre de um problema de redundância. Com efeito, as críticas dirigidas ao neoliberalismo cheiram a déjà vu e as soluções propostas para a sua superação não correspondem ao que a situação exige: uma radical e profunda mudança de modelo. São apontados os excessos do capitalismo e não o capitalismo em si e muito menos o dogma do crescimento. Os abusos denunciados não são inerentes a essência deste modelo econômico que privilegia a predação, a competição, a ganância e o individualismo? Podemos ficar satisfeitos com meias soluções quando todo o sistema está doente? A reforma do sistema eleitoral será suficiente, por si só, para eleger um candidato comprometido com o povo e com o país? Duvidamos. Na leitura de Stiglitz, os cortes de impostos e as orientações neoliberais são atribuídas apenas aos presidentes republicanos, Donald Trump e Ronald Reagan. Esquece-se dos mandatos de Bill Clinton e Barak Obama, que também fizeram o jogo das finanças globalizadas.

Os conluios de classe é uma das principais razões dessa política que favorece os mais ricos. Como o trabalho de Pinçont-Charlot demonstrou, a burguesia é uma classe consciente de seus interesses e exerce a influência necessária para satisfazê-los. Frequentemente, Stiglitz culpa as consequências negativas da política econômica dos últimos anos: "nós descansamos demais sobre nossas conquistas”, explica. No entanto, há tanta consistência na maneira como o mundo funciona que é mais uma questão de orientação escolhida do que de um erro. "Há uma guerra de classes, é um fato. Mas é a minha classe, a classe dos ricos, está liderando esta guerra e está em processo de vencê-la", diz Warren Buffet, terceira maior fortuna do mundo. As reformas decorativas serão suficientes para alterar esse equilíbrio desproporcional de poder? Gostaríamos de acreditar, mas definitivamente não.

As questões ambientais são, por sua vez, completamente ignoradas por Stiglitz, que lhes dá apenas um lugar muito marginal em sua obra. A economia vem em primeiro. Além da ideia de um imposto sobre o carbono, já amplamente aplicada em outros lugares, nada de muito concreto é proposto. O autor continua sendo um defensor ferrenho do livre comércio. No entanto, o movimento contínuo de mercadorias em todo o globo impacta o aquecimento global. Qualquer projeto ecológico sério começa com uma reestruturação da produção, principalmente da produção agrícola, com práticas sustentáveis.

Além disso, Stiglitz repete como um mantra ao longo de seu texto que a população americana precisa reencontrar "a vida de classe média". O interesse da população só é percebido pelo prisma de sua capacidade de consumir. Se as preocupações ecológicas não são necessariamente a primeira prioridade dos trabalhadores em dificuldade, dos precários e dos desempregados, será mesmo uma solução prometer-lhes uma volta ao modo de vida do século XX? Não seria mais relevante explicar que a opulência barata de ontem será ilusória amanhã? Que é preciso pensar em uma economia sustentável onde se tem menos para se ter melhor?

Dessa forma, o livro oferece algumas análises interessantes para quem quer entender um pouco melhor as razões do caos atual, mas as soluções sugeridas parecem politicamente ingênuas e a fé inabalável no capitalismo que habita em cada uma das páginas tende a provar que as receitas antigas não nos ajudam, não são mais úteis. Já é tempo de os intelectuais se reinventarem e, principalmente, que as instituições pensem em recompensar mentes inovadoras no campo da economia.

 

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