09 Abril 2019
Para 81% da população brasileira, a cor da pele influencia em uma abordagem policial. Foi o que mostrou uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira 8, pela Oxfam Brasil em parceria com o Datafolha. E não é só sobre a violência praticada pela polícia: para 52% dos brasileiros, negros ganham menos por serem negros e 71% acreditam que a justiça é mais dura com pessoas pretas e pardas.
A reportagem é de Alexandre Putti, publicada por CartaCapital, 08-04-2019.
A pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 18 de fevereiro e entrevistou 2086 pessoas. Segundo os idealizadores, o intuito do levantamento é ampliar o debate sobre as desigualdades.
Diretamente relacionada à renda, a cor da pele influencia a decisão de contratação por empresas de acordo com a percepção de 72% dos brasileiros. Dentre os autodeclarados pardos, a concordância é de 71%, e dentre os pretos chega a 82%. Entre brancos, 69% dos respondentes declararam concordância total ou parcial com a afirmação.
O levantamento também consultou a opinião sobre gênero e o lugar da mulher na sociedade. A pesquisa mostra que 64% concordam total ou parcialmente que “mulheres ganham menos no mercado de trabalho por serem mulheres”, contra 33% que discordam.
E aquela ideia de mulher “Amélia” parece que não é mais algo comum na nossa sociedade. Oitenta e seis por cento dos entrevistados discordam da afirmação de que “as mulheres deveriam se dedicar somente a cuidar da casa e dos filhos, e não trabalhar fora”, contra 12% de concordância.
Outro ponto relevante do levantamento é que quando os participantes colocaram em ordem de importância oito aspectos para “uma vida melhor daqui para frente”, pré-determinados no questionário aplicado, aquele que recebe o maior contingente de prioridades é a “fé religiosa”, com 28%.
Em seguida, aparecem os aspectos “estudar” e “ter acesso à saúde”, para 21% e 19% dos entrevistados, respectivamente. Juntos, “fé religiosa”, “estudar” e “ter acesso à saúde” são primeiras prioridades de 68% dos brasileiros.
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Datafolha/Oxfam: para 81%, cor da pele induz abordagem policial - Instituto Humanitas Unisinos - IHU