26 Janeiro 2018
Livro narra a história de presença da Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus junto aos Tapirapé. O texto foi traduzido por Antônio Canuto que somou ao original relatos de Pedro Casaldáliga, Leonardo Boff, Elizabeth Amarante, entre outros.
A informação é publicada por ASCOM Cimi, 24-01-2018.
“Parteiras de um Povo – 65 anos de presença das Irmãzinhas de Jesus junto ao povo Apyãwa-Tapirapé”. Será lançado na próxima sexta-feira, 26, em Brasília, o livro que narra a presença da Fraternidade Irmãzinhas de Jesus junto ao povo Apyãwa-Tapirapé, habitante da região da serra do Urubu Branco, no Mato Grosso. Participará do lançamento a irmãzinha Odila de Jesus, que trabalhou com o povo por 36 e retornará a França após o evento. O regresso de Odila marca o fim da presença da Fraternidade junto aos Tapirapé.
A vida e profetismo de Genoveva Helena, Odila de Jesus e suas irmãs de fraternidade é contado na obra escrita por Eliane Remy, prima de Genoveva, originalmente em Francês. O texto foi traduzido por Antônio Canuto, membro fundador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que somou ao original relatos de Pedro Casaldáliga, Leonardo Boff, Elizabeth Amarante, Luiz Gouvêa de Paula, Eunice Dias de Paula, Gilberto Vieira, Eulália Ferreira, entre outros.
“Mais do que um tributo de Genoveva, o que este grupo quer com esta tradução é dar a conhecer o que a Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus significou para a Igreja do Brasil, de modo particular para a pastoral indigenista e, sobretudo, para o povo Tapirapé”, escreve Antônio Canuto na apresentação.
Quando a fraternidade chegou ao Mato Grosso, em 1952, o povo se encontrava vias de extinção, reduzido a menos de 50 indivíduos, agrupados num território que não era o seu. Hoje, organizados em oito aldeias, estima-se que sejam aproximadamente mil indígenas. “Parteiras de um povo”, expressão gestada por Leonardo Boff, resume a missão e vida das irmãs que trabalharam com os Tapirapé nesses 65 anos de presença.
Ao fundarem a Fraternidade Tapirapé, as religiosas desejavam unicamente viver com o povo, em presença discreta. Contudo, marcaram a história da vida da Igreja com o trabalho junto aos povos indígenas. Era inusitado para uma congregação religiosa feminina tamanha aproximação e ousadia em tempos que antecediam o Concílio Vaticano II, conferência que trouxe transformações profundas na Igreja.
“Nosso jeito de viver o Evangelho é entrar na vida do povo e viver como o povo vive. Evangelizamos com o testemunho de vida. Primeiro foi conhecer os Tapirapé, respeitar o seu jeito de ser, não julgar nada. Não sabíamos o que podíamos fazer e o que não podíamos fazer, por isso nosso jeito era aprender, aprender, ouvir e respeitar”. Veva, como era conhecida por aqueles que convivia, mergulho na vida e na história dos Tapirapé em 1952, aos 28 anos, e permaneceu até o dia de sua morte, em setembro de 2013, aos 90 anos.
O quase extermínio dos Tapirapé se dá a partir de 1909, quando a população de aproximadamente 2000 índios foi exposta às doenças trazidas pelos não-índios. Epidemias de gripe, varíola e febre amarela acabaram com duas aldeias. Outro agravante da diminuição e dispersão dos Tapirapé foram as disputas existentes com os Kayapó, que viviam na mesma região. Em 1935, já estavam reduzidos a 130 pessoas e, em 1947, estavam com apenas 59.
Foi nesse ano que ocorreu o grande ataque Kayapó. Aproveitando a ausência dos homens que haviam saído para a caça, a aldeia Tampiitãwa foi praticamente destruída e várias mulheres e meninas raptadas. Com a chegada das Irmãzinhas, em 1952, a situação começa a ser controlada. Com isso, podemos dividir a história Tapirapé em duas etapas – antes e depois das Irmãzinhas.
Participarão do lançamento do livro, além da a irmãzinha Odila de Jesus, integrantes do Conselho Indigenista Missionários e lideranças religiosas. O convite se estende a comunidade.
Serviço:
Lançamento do livro “Parteiras de um Povo – 65 anos de presença das Irmãzinhas de Jesus junto ao povo Apyãwa-Tapirapé"
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Livro que conta a história das irmãzinhas de Jesus junto aos Tapirapé será lançado sexta-feira, em Brasília - Instituto Humanitas Unisinos - IHU