05 Mai 2017
A madrugada de domingo para segunda (01) foi marcada por mais um triste e revoltante caso de violência aos povos indígenas do Brasil. Em um ataque organizado por fazendeiros da região do município de Viana, no Maranhão, e seus capangas, treze indígenas sofreram tentativa de homicídio e foram agredidos com golpes de facão, pauladas e tiros. Além de cinco baleados, duas pessoas tiveram membros do corpo mutilados.
A reportagem foi publicada por Greenpeace, 03-05-2017.
Após a chacina de Colniza (MT), em 19 de abril, ficou claro que o Brasil caminhava para tempos sombrios, tamanha foi a violência que massacrou nove trabalhadores rurais. "O agrobanditismo nacional não abrirá mão de um palmo de terra, mesmo que estas sejam públicas ou mesmo terras tradicionalmente ocupadas por povos indígenas do país", defende Danicley de Aguiar, da campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil.
Casos semelhantes foram denunciados durante todo o Acampamento Terra Livre (ATL) 2017, que levou à Brasília cerca de quatro mil lideranças indígenas de todo o Brasil, na semana passada. Durante a marcha de abertura do ATL, no dia 25, as lideranças foram duramente reprimidas com balas de borracha e bombas de gás por ousarem protestar contra a paralisação dos processos de demarcação das terras indígenas e denunciar o Congresso Nacional como principal foco da ação anti-indígena no país.
Em comum aos três atos de barbárie, está a omissão do Estado brasileiro, que permite o avanço da violência e ao mesmo tempo protagoniza a imposição de uma agenda que viola os direitos dos mais pobres, e nos conduz a uma espécie de terrorismo de Estado, via a criminalização dos movimentos sociais que resistem a tais violações. "Essa onda de violência no campo, anuncia uma conjuntura de extremo autoritarismo, bem como a supressão de direitos e garantias fundamentais, contra a qual todos os brasileiros devem reagir urgentemente", explica Aguiar.
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Do Mato Grosso ao Maranhão: violência no campo virou regra - Instituto Humanitas Unisinos - IHU