Papa Francisco confirma proibição da ordenação de mulheres sacerdotes

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02 Novembro 2016

O Papa Francisco declarou que acha que a proibição da ordenação sacerdotal às mulheres na Igreja Católica Romana continuará para sempre, acrescentando que a declaração de seu predecessor, Papa João Paulo II, sobre o assunto "vai nessa direção".

Papa Francisco expressou seus pensamentos sobre a questão em resposta a uma jornalista, na terça-feira, a bordo do voo papal de volta a Roma, depois de uma visita de dois dias à Suécia.

A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 01-11-2016. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.

A jornalista sueca mencionou que entre as pessoas que receberam o Papa em sua visita estava a Arcebispa Luterana Antje Jackelen de Uppsala. Jackelen é a arcebispa primaz da Igreja da Suécia.

"É realista pensar que poderiam haver mulheres padres também na Igreja Católica nas próximas décadas?" perguntou a jornalista ao Papa.

"A respeito da ordenação de mulheres na Igreja Católica, a última palavra é clara", ele respondeu, antes de mencionar a carta apostólica  Ordinatio Sacerdotalis, elaborada por João Paulo II, em 1994, proibindo a prática. "O que São João Paulo II falou, permanece."

"Mas é realmente para sempre?" a jornalista perguntou. "Nunca?"

"Se lermos com atenção a declaração feita por São João Paulo II, vai nessa direção", Francisco respondeu.

"Mas mulheres podem fazer tantas outras coisas melhores que homens", continuou o Papa. Ele ainda repetiu as observações que já havia feito anteriormente sobre a existência de duas dimensões na Igreja Católica: a petrina, dimensão apostólica liderada pelos bispos, e uma dimensão mariana, que ele chamou de "a dimensão feminina da Igreja".

"As pessoas me perguntam: Quem é mais importante na teologia ou na espiritualidade da Igreja: os apóstolos ou Maria, no dia de Pentecostes?", disse ele, acrescentando: "É Maria!". Enfático, ele continuou: "E bem mais!".

As observações de Francisco sobre a proibição da ordenação sacerdotal de mulheres, durante uma conferência de imprensa de 40 minutos que abrangeu também vários outros assuntos, não representam uma mudança de posição do pontífice, mas parecem significativas em sua finalidade.

Ao passo que ele repetiu o ensinamento de João Paulo II em diversas outras ocasiões quando questionado sobre a ordenação de mulheres, o Papa nunca foi pressionado a afirmar se isso poderia mudar em algum momento.

Somente na última terça-feira Francisco foi questionado sobre a ordenação de mulheres como padres, e não como diáconos.

O Papa recentemente criou uma especial comissão de 12 membros para estudar o histórico das mulheres como diáconos na Igreja, a pedido do grupo guarda-chuva de religiosas de todo o mundo, a União Internacional das Superioras Gerais, sediada em Roma.

Outros tópicos abordados na conferência de imprensa de terça-feira foram a forma como migrantes e refugiados devem ser acolhidos em novos países e a secularização contínua da Europa.

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