11 Outubro 2018
Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Por meio de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Amor Puro
O Senhor Deus está presente
quando o novo dia se reflete
na umidade do capim novo.
O Senhor está presente
em pontos onde existem flores silvestres
que só Ele conhece.
O Senhor Deus passa de repente no vento,
no instante em que a noite reflui para dentro do chão.
Aquele que é infinitamente grande
deu a Seus filhos participação em sua própria inocência.
Ele é o mais gentil dos amantes:
Aquele cuja pura chama respeita todas as coisas.
Deus que possui todas as coisas,
deixa-as inteiramente entregues a si mesmas;
nunca as toma para Si,
como nós fazemos,
provocando sua destruição (...).
Ele viu que todas as coisas eram boas,
mas não Se aproveitou delas.
Viu que todas as coisas eram lindas,
mas não as desejou.
Seu amor não é como o nosso.
Seu amor não é possessivo.
Seu amor é puro
porque de nada necessita.
Fonte: Thomas Merton. O Signo de Jonas. São Paulo/Rio de Janeiro: Mérito, 1954, p. 390
Thomas Merton | Foto: cbs.org
Thomas Merton (1915-1968): Monge trapista, místico, artista plástico, defensor do diálogo inter-religioso e importante escritor, com mais 70 livros publicados sobre espiritualidade, dos quais 40 estão em português, entre eles, “A montanha dos sete patamares” (Editora Vozes, 2005). Manteve contato com líderes espirituais e intelectuais, e foi principalmente ligado ao Budismo e às questões políticas. Tornou-se “inabalável” na sua busca constante por Deus, fato retratado pelas orações que escrevia. Em 10 de dezembro de 2018 faz-se memória aos 50 anos da morte de Merton.
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Thomas Merton na oração inter-religiosa desta semana - Instituto Humanitas Unisinos - IHU