10 Agosto 2018
Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Por meio de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Chegar em fim à Tua claridade
Não me deixe pedir mais do que ficar sentado na escuridão,
sem acender alguma luz por conta própria,
nem me abarrotar com os próprios pensamentos
para preencher o vazio da noite na qual espero por Ti.
Que eu possa, deste modo, por esta escuridão,
chegar enfim à Tua claridade.
Que eu possa, depois de ter me tornado insignificante para o mundo,
estender-me em direção aos sentidos infinitos,
contidos em Tua paz e Tua glória.
Tua claridade é minha escuridão.
Eu não conheço nada de Ti
e por mim mesmo nem posso imaginar como fazer para Te conhecer.
Se eu Te imaginar, estarei errado.
Se Te compreender, estarei enganado.
Se ficar consciente e certo que Te conheço, serei louco.
A escuridão me basta.
Fonte: Thomas Merton. Diálogos com o silêncio. Orações & desenhos. Rio de Janeiro: Fissus, 2003, p. 5
Thomas Merton | Foto: cbs.org
Thomas Merton (1915-1968): Monge trapista, místico, artista plástico, defensor do diálogo inter-religioso e importante escritor, com mais 70 livros publicados sobre espiritualidade, dos quais 40 estão em português, entre eles, “A montanha dos sete patamares” (Editora Vozes, 2005). Manteve contato com líderes espirituais e intelectuais, e foi principalmente ligado ao Budismo e às questões políticas. Tornou-se “inabalável” na sua busca constante por Deus, fato retratado pelas orações que escrevia. Em 10 de dezembro de 2018 faz-se memória aos 50 anos da morte de Merton.
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Thomas Merton na oração inter-religiosa desta semana - Instituto Humanitas Unisinos - IHU