13 Novembro 2017
Temos necessidade de “uma consciência mundial, uma colaboração e uma solidariedade internacionais, uma estratégia compartilhada que não permitem permanecer indiferentes a problemas sérios, como a degradação do ambiente natural e da saúde dos oceanos, ligada à degradação humana e social que a humanidade está vivendo hoje”.
A reportagem é publicada por Vatican Insider, 11-11-2017. A tradução é de André Langer.
Foi o que o Papa Francisco disse na audiência que concedeu aos membros do Pacific Islands Forum Secretariat, uma organização internacional cujos objetivos são o fortalecimento da cooperação entre os países independentes do Oceano Pacífico e a representação de seus interesses. Os líderes recebidos hoje pelo Pontífice no Vaticano são de 11 países insulares do Pacífico: Austrália, Ilhas Cook, Estados Federados da Micronésia, Polinésia Francesa, Kiribati, Nauru, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, República das Ilhas Marshall, Samoa e Vanuatu.
Durante a semana passada, eles se reuniram em Roma para participar de uma mesa redonda da FAO e discutir sobre a segurança alimentar na região, sobre a nutrição, as mudanças climáticas, a redução dos riscos de desastres e sobre os meios de subsistência. Em seguida, eles irão para Bonn, onde participarão da COP23, a vigésima terceira sessão da Conferência das Partes da Convenção-marco das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que este ano será realizada sob a presidência das Ilhas Fiji.
O Papa expressou seu desejo de que “os trabalhos da COP23, bem como os que se seguirão, sejam capazes de ter sempre em mente que essa ‘Terra sem fronteiras, onde a atmosfera é extremamente fina e lábil’, como a descreveu um dos astronautas atualmente em órbita na Estação Espacial Internacional, com quem pude recentemente ter uma conversa interessante”.
O Papa, depois, referiu-se à região do Pacífico, que, segundo ele, “infelizmente suscita também sérias preocupações em todos nós e, em particular, nas populações que vivem ali, bastante vulneráveis a fenômenos ambientais e climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos”. Francisco não se esqueceu de outras emergências, como os “impactos do grave problema da elevação do nível dos mares” e o “doloroso e constante declínio que os recifes de coral estão sofrendo, um ecossistema marinho de grande importância”.
São muitas, de acordo com o Pontífice, “as causas que levaram a essa degradação ambiental e, infelizmente, muitas delas devem ser imputadas a um comportamento humano imprudente, ligado a formas de exploração dos recursos naturais e humanos, cujo impacto atinge o fundo dos oceanos”. E precisamente, recordou, “não se pode dizer que a situação dos oceanos e do ecossistema marinhos tenha melhorado” nas últimas décadas. Além disso, o alarme aumentou “diante dos diferentes problemas que chamam em causa, por exemplo, a gestão dos estoques de peixes, as atividades na superfície ou nos fundos, a situação das comunidades costeiras e das famílias dos pescadores, a contaminação pela acumulação de material plástico e microplástico”.
Portanto, temos necessidade de "uma consciência global", insistiu o Papa. Porque, embora "vocês venham de países que, em relação a Roma, encontram-se nas antípodas, essa visão de ‘terra sem fronteiras’ anula as distâncias geográficas". Por isso fez uma pergunta fundamental: “Que tipo de mundo queremos deixar para aqueles que vêm depois de nós, para as crianças que estão crescendo? Esta pergunta diz respeito não apenas ao meio ambiente de forma isolada ... Quando nos questionamos sobre o mundo que queremos deixar, entendemos sobretudo sua orientação geral, seu sentido, seus valores”.
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Clima. “Para a degradação causada pelo homem, necessita-se de uma consciência mundial”, alerta Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU