Mulheres no Muro das Lamentações: fracassa o compromisso, vencem os ortodoxos

Mais Lidos

  • O economista Branko Milanovic é um dos críticos mais incisivos da desigualdade global. Ele conversou com Jacobin sobre como o declínio da globalização neoliberal está exacerbando suas tendências mais destrutivas

    “Quando o neoliberalismo entra em colapso, destrói mais ainda”. Entrevista com Branko Milanovic

    LER MAIS
  • Abin aponta Terceiro Comando Puro, facção com símbolos evangélicos, como terceira força do crime no país

    LER MAIS
  • A farsa democrática. Artigo de Frei Betto

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

28 Junho 2017

Há quase 30 anos, uma vez por mês, elas se apresentam diante do Muro das Lamentações com os talit (o xale de oração), os tefilin (as caixinhas de couro amarradas com tiras, que contêm os versículos sagrados) e tentam recitar a Torá em voz alta (t’fila, em hebraico, significa oração). São os quatro “Ts”, símbolos do protesto que os rabinos ultraortodoxos leem como uma única palavra: traição da tradição.

A reportagem é de Davide Frattini, publicada no jornal Corriere della Sera, 27-06-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Porque as mulheres – para esses extremistas do judaísmo – não podem rezar como os homens. A questão não é só teológica. O movimento nascido em Jerusalém é defendido pelos grupos reformistas e conservadores. As congregações são muito difundidas nos Estados Unidos, aquelas comunidades da diáspora para ajudam Israel com as coletas de fundos e as pressões políticas sobre os presidentes estadunidenses.

Agora que Benjamin Netanyahu renegou a promessa de um ano e meio atrás – encontrar uma solução para as feministas do Muro – os representantes das organizações internacionais não querem mais comer com ele e cancelaram a participação no jantar de gala previsto para a noite dessa segunda-feira, 26.

No mesmo dia, a coalizão no poder reafirmou o monopólio dos ultraortodoxos nas conversões, embora a Suprema Corte israelense havia reconhecido a legitimidade das conversões realizadas pelos rabinos reformados.

O primeiro-ministro israelita optou, assim, por se curvar às exigências dos partidos religiosos e, para salvar o seu governo, gerou inimizade com aquele que foi o primeiro governo de Israel.

Quem mobilizou a revolta contra a decisão foi a Agência Judaica, que liderou por alguns meses a nação recém-nascida em 1948.

O compromisso que contentava as dissidentes da religião tinha sido encontrado pelo herói da dissidência soviética: Natan Sharansky tinha proposto a expansão da área dedicada aos ritos, garantindo a liberdade sem ferir a sensibilidade. Ele admite, desconsolado: “Aos judeus no mundo, Netanyahu enviou a mensagem: ‘Vocês não fazem parte de nós’”.