Em um futuro conclave, a Europa já não terá maioria

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

23 Novembro 2016

Em um hipotético conclave para eleger o sucessor de Francisco, a Europa já não terá maioria. Após o consistório de sábado passado, o balanço no Colégio Cardinalício fica em 54 cardeais europeus (45%) e 67 do resto do mundo (55%), de um total de 121 membros.

A reportagem é de Cameron Doody e publicada por Religión Digital, 22-11-2016. A tradução é de André Langer.

Em apenas três anos de pontificado, Francisco conseguiu mudar substancialmente o seu colégio consultivo, nomeando prelados das periferias, com os quais conseguiu tirar o Velho Continente do centro de gravidade da Igreja.

Dos 13 novos cardeais eleitores que nomeou no sábado passado, apenas três são europeus. Três são latino-americanos (do Brasil, México e Venezuela), três estadunidenses, dois da África subsaariana (República Centro-Africana e Ilhas Maurício) e dois da região da Ásia-Pacífico (Bangladesh e Papua Nova Guiné).

Em 2013, 52% dos membros do conclave que elegeu Jorge Mario Bergoglio eram europeus (61 cardeais, de um total de 117). Nos três consistórios que Francisco teve desde então, não obstante, nomeou apenas 14 cardeais europeus com direito a voto, de um total de 44 novos cardeais.

Desta forma, o pontífice conseguiu espelhar melhor no conselho mais alto da Igreja não apenas sua própria visão teológica e eclesial – realidade inevitável sob qualquer pontífice –, mas também a atual distribuição de católicos no mundo.

Mesmo com as nomeações de Francisco, a Europa continua sendo o continente mais representado no Colégio Cardinalício, com 45% dos seus integrantes (54 membros no total), mas com apenas, em seus templos, 24% da população católica mundial.

Ao contrário, a América Latina é o continente mais subrepresentado, com 39% dos fiéis do mundo, mas com apenas 17% dos cardeais com idade de votar (21 cardeais no total).

Quarenta e quatro dos 121 cardeais com direito a voto, hoje, foram nomeados por Francisco, 56 por Bento XVI e 21 por São João Paulo II. Este balanço, não obstante, mudará dentro de apenas cinco anos, período em que 32 cardeais completarão a idade da aposentadoria. Destes 32 que não poderão fazer parte de qualquer conclave que for realizado a partir de 2021, 25 foram nomeados por Bento XVI ou por João Paulo II. Ao substituí-los, portanto, o Papa Francisco terá a oportunidade de moldar a Igreja ainda mais fiel à sua imagem e semelhança.

Leia mais