02 Novembro 2016
“Compre um peixe, salve uma árvore” é o lema do projeto que o Oceanário de Lisboa começou a apoiar. O objetivo é promover a pesca sustentável de peixes ornamentais na Amazônia.
A reportagem foi publicada por O Observador, 01-11-2016.
As águas do rio Negro, o maior afluente do Amazonas, são escuras, mas escondem um tesouro bem mais colorido: pequenos peixes de cores vibrantes que são comercializados em todo o mundo como peixes ornamentais. Quando os investigadores da Universidade do Amazonas e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia chegaram a esta região queriam estudar as comunidades de peixes, mas depressa perceberam que não o podiam fazer sem incluir também as pessoas que ali habitavam. Agora é o Oceanário de Lisboa que se junta a este projeto.
Mergulhando no interior da floresta amazônica, os investigadores queriam, em 1989, estudar os peixes das zonas alagadas da bacia do rio Negro, no noroeste do Brasil, mas uma das primeiras conclusões a que chegaram é que peixes e humanos tinham um forte impacto na vida um dos outros. Dois anos depois nascia o projeto Piaba, um projeto de conservação da natureza que promove a captura destes pequenos peixes ornamentais.
A ideia até pode parecer contraditória à primeira vista: apanhar peixes para garantir a conservação do ambiente. Os mentores do projeto lembram que 60% dos rendimentos do município de Barcelos, no estado do Amazonas, dependem da captura e venda destes peixes. Quando esta atividade deixa de ser suficiente para a sobrevivência das comunidades locais, as atividades alternativas escolhidas têm um impacto ambiental muito superior: abate de árvores, criação de gado, exploração mineira de ouro e até migração para zonas urbanas.
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Como comprar um peixinho de aquário pode ajudar a salvar a floresta amazônica - Instituto Humanitas Unisinos - IHU