15 Junho 2009
Manter produtos antigos é um grande desafio. Isso porque uma das estratégias da indústria é oferecer novas versões, com recursos ampliados, com o objetivo de fazer os consumidores substituírem seus produtos rapidamente.
“Quanto mais rápido você introduz pequenas modificações, mais você acelera o ciclo produtivo”, afirma Angela Cassia Rodrigues, pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo). “Há, também, a estratégia de marketing da obsolescência planejada –os produtos rapidamente se tornam desatualizados.”
Segundo a pesquisadora, empresas de telefonia celular desempenham um papel importante nisso, já que costumam oferecer aparelhos gratuitos.
Quem sofre com a prática é o ambiente. “Embora se fale muito em reutilização, ela nem sempre é viável. O estímulo ao consumo e a inviabilidade de reciclar os produtos antigos resultam na geração de lixo tecnológico”, afirma.
O custo de processamento desses equipamentos é grande, diz a pesquisadora. Pouco é reutilizado, e grande parte vai para aterros e lixões. “Um aterro sem os devidos controles contamina o subterrâneo com metais pesados, como chumbo, cádmio, mercúrio, que podem ser prejudiciais à saúde.” A solução, diz ela, é instituir uma legislação específica sobre o lixo eletrônico.
(cfr. notícia 15-06-09, desta página).
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Obsolescência planejada: Indústria estimula troca de produtos tecnológicos cada vez mais rápido. - Instituto Humanitas Unisinos - IHU