Milícias armadas ameaçam luta por direitos humanos

Mais Lidos

  • "Teologia de ganso": a arte de formar presbíteros impermeáveis à realidade. Artigo de Eliseu Wisniewski

    LER MAIS
  • A herança escravocrata dos setores poderosos da sociedade brasileira agrava a desigualdade e mantém o privilégio dos ricos

    O assalto do Banco Master foi contratado pelas elites financeira e política. Entrevista especial com André Campedelli

    LER MAIS
  • Júlio Lancellotti é calado nas redes enquanto padres conservadores discursam para milhões

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

25 Julho 2011

Eduardo Anghinoni morreu por um engano, já que era seu irmão, Celso, quem recebia as ameaças de morte. Mas o tiro disparado naquela noite de 1999 tinha alvo certo: a luta encabeçada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. O que separou o plano do fato foi uma lâmpada queimada na sala, que impediu o pistoleiro de diferenciar quem era quem no meio do assentamento de Querência do Norte.

A reportagem é do sítio Terra de Direitos, 25-07-2011.

A região noroeste do Estado se transformou em um palco de conflitos sangrentos porque concentrava uma grande parte das terras subutilizadas do Paraná, onde ao invés de pasto deveria haver produção agrícola, que gera renda, mantém famílias no campo e abastece a mesa de milhares de pessoas do campo e da cidade.

A intensa atuação do MST no Paraná na década de 90 mexeu com os interesses de muitas elites do estado, que queriam barrar a luta pela reforma agrária. Para isso, arquitetaram um forte aparato repressor, a partir da união entre fazendeiros, empresas de segurança, políticos locais com a permissividade do governo Jaime Lerner e a omissão do estado frente a má distribuição de terras. A responsabilidade pela morte de Anghinoni é de muitos, mas é preciso identificar e responsabilizar pistoleiros, mandantes e patrocinadores para revelar este esquema ilegal que se opõe a atuação dos movimentos sociais no campo.

Muitos perguntam por que julgar um crime que já aconteceu há tanto tempo. Mas é preciso refletir que a cultura de violência no Brasil só estará perto do fim quando os culpados forem devidamente julgados e punidos. O silêncio frente a casos como este é o que empobrece a nossa democracia. Defender livremente os direitos humanos é poder contar uma história diferente, de luta, liberdade e justiça.