Protesto no Chile pela memória das vítimas de Pinochet termina em confrontos com a polícia

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10 Setembro 2012

Milhares de chilenos participaram neste domingo (09/09) de uma marcha em memória dos detidos e desaparecidos da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). No dia 11 de setembro, será comemorado o 39° aniversário do golpe que derrubou e ocasionou a morte do presidente socialista Salvador Allende, em 1973. As informações são da Agência France Presse e publicadas pelo sítio Opera Mundi, 09-09-2012.

O protesto aconteceu em meio a confrontos entre a polícia e grupos de homens encapuzados, que foram acusados de lançar pedras em escritórios de instituições públicas, destruir semáforos e enfrentaram agentes da polícia, em quem atiraram pedras e bombas incendiárias. A polícia dispersou os manifestantes com jatos d'água e gás lacrimogêneo.

Carregando cartazes, bandeiras chilenas e do Partido Comunista e gritando palavras de ordem, os manifestantes partiram da praça Los Héroes, no centro de Santiago, e caminharam até o cemitério geral, onde está localizado o Memorial do Detido Desaparecido e Executado Político, que lembra as vítimas do regime militar. "Marchamos para lembrar aqueles que perderam suas vidas durante a ditadura cruel de Pinochet", disse Carolina, uma das manifestantes que carregava a foto de um familiar desaparecido durante os 17 anos de ditadura.

O protesto seguiu pelas ruas vizinhas ao palácio presidencial de La Moneda, onde a polícia montou forte guarda para evitar que os manifestantes se aproximassem do final do cemitério, onde acabaram sendo dispersados com gases e jatos de água. A ditadura de Pinochet causou mais de três mil mortes e outras 37 mil vítimas foram presas e torturadas.

Os tribunais chilenos mantêm abertas 350 ações por desaparecimentos, torturas, prisões ilegais ou conspirações que datam do período ditatorial e envolvem cerca de 700 militares e agentes civis.