Papa telefonou pessoalmente ao padre geral dos jesuítas

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17 Março 2013

O Papa Francisco telefonou na sexta-feira pela manhã para o padre geral dos jesuítas, por iniciativa própria e sem intermediários, para a surpresa de Andreas, o empregado da central telefônica da casa geral da Companhia de Jesus, em Roma.

A reportagem é do sítio Religión Digital, 16-03-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Segundo o que informou a Europa Press o padre jesuíta Luis López Yarto, da residência do Colégio Belarmino, em Roma, o novo pontífice tem uma personalidade "decidida".

Embora ele tenha afirmado que não conheceu pessoalmente Jorge Mario Bergoglio, porque a diferença das promoções e dos países não os deixou coincidir, ele destaca que todos os seus companheiros jesuítas dizem que ele é do tipo que, quando vê um objetivo claramente, sabe marchar sem descanso em busca dele, com uma atitude decidida para estar do lado dos pobres e com a autenticidade de uma Igreja transparente e evangélica.

Além disso, ele considera que, à frente da Igreja, o Papa Francisco terá que enfrentar uma "etapa de renovação em um tempo de mudanças aceleradas".

Assim, destacou a frase publicado pelo agora papa em um de seus livros: "Uma Igreja autorreferencial é uma doença". Essa frase, segundo López Yarto, aponta para a sua abertura ao mundo, a sua concepção da missão dos cristãos em relação ao mundo real. Por isso, ele considera que, nesse sentido, ele pode ser "um papa-chave para este momento da Igreja".

Telefonema entre amigos

Ao mesmo tempo, manifestou que a Companhia de Jesus está contente pelo fato de um jesuíta ser papa e ainda mais quando, na manhã de sexta-feira, ele telefonou por iniciativa própria para o Padre geral. "Sem intermediários, como um amigo telefona para um amigo", acrescentou.

O sacerdote jesuíta insiste que a "Companhia" trabalha constitucionalmente a serviço do papa "seja quem for" e por isso não se detém "muito nestas festas", mas faz uma pausa para dar graças a Deus e, depois, continua trabalhando em sua missão.

López Yarto observa que Bergoglio estudou teologia na Alemanha, quando era o lugar onde se gestava a grande teologia e quando Rahner estava encerrando a sua carreira. Também se referiu à sua terceira provação, que realizou em Alcalá de Henares, "com tudo o que isso significa na formação dos jesuítas", já que "é o lugar onde se aceita um jesuíta na vida religiosa e inaciana".

Além disso, o fato de ter sido um homem de governo e de formação de homens faz do novo papa um homem "muito bem" preparado para a tarefa atual.

Com relação às possíveis repercussões de um papa jesuíta para a Companhia de Jesus, López Yarto opina que não acredita que isso deverá ser fundamental, porque, para osjesuítas, fundamental é "servir onde seja necessário", sendo "fiéis ao chamado de Cristo na Igreja".

"Acredito que não seja crucial que pessoa é o papa. Os jesuítas sempre tentaram ajudar a Igreja e aqueles que nela têm responsabilidades. Sobretudo estando presente nas fronteiras geográficas, ideológicas e de serviço (e há muitas no mundo!). Tentando estar onde cremos que não há outras presenças mais importantes e para onde o Romano Pontífice nos mandar (isso é peculiar nosso). De novo, seja quem seja", concluiu.