03 Novembro 2014
Foram aprovadas e já estão em vigor. Contêm um esclarecimento do carisma e preveem um exercício mais participativo da autoridade. O padre Eduardo Robles-Gil, diretor-geral dos Legionários de Cristo, comunicou com uma carta que a Santa Sé aprovou as novas constituições da Legião de Cristo.
A reportagem é de Domenico Agasso Jr., publicada no sítio Vatican Insider, 01-11-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A aprovação foi assinada no dia 16 de outubro por Dom José Rodríguez Carballo, OFM, e pelo padre Sebastiano Paciolla, O. Cist., respectivamente secretário e subsecretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
Com a aprovação das constituições, alcança-se o objetivo principal do processo de renovação iniciado em 2010 por mandato do Papa Bento XVI e continuado pelo Papa Francisco, através de um delegado pontifício, o cardeal Velasio De Paolis.
As constituições deveriam favorecer uma nova fase na vida dos Legionários e do seu braço leigo, Regnum Christi, fundados pelo padre Marcial Maciel Degollado, que demonstrou ser corrupto e pedófilo.
O texto é o resultado de um trabalho de consulta e de reflexão que durou quase três anos e ao qual todos os legionários tiveram a oportunidade de participar e contribuir, e culminou com a celebração do Capítulo Geral Extraordinário em janeiro e fevereiro de 2014.
Entre os encargos principais do processo de renovação, estavam o esclarecimento do carisma, a simplificação e a redução das normas, assegurar um exercício mais participativo da autoridade e conforme ao Direito Canônico, a formação dos legionários, com especial atenção à responsabilidade de cada de fazer o seu próprio discernimento vocacional e de garantir a distinção entre o foro interno e o foro externo (a guia do superior e a disciplina religiosa).
O padre Robles-Gil afirma na sua carta: "Agora, temos em mãos o texto das nossas constituições que descreve, para cada um de nós, o modo próprio de viver a vida religiosa na Legião e assim também o caminho que nos leva à santidade e à fecundidade apostólica, ao serviço da Igreja e dos homens".
As novas constituições esclarecem o carisma: na missão de formar apóstolos, os Legionários exercem o seu ministério pastoral, especialmente, no campo da difusão da fé, da educação, da evangelização da família, da cultura e dos meios de comunicação, do trabalho juvenil, da formação o clero e da promoção da justiça, da caridade e da solidariedade com os mais necessitados.
Além disso, simplificam as normas que regulam a congregação, reduzindo-as de 872 para 235; garantem uma modalidade de exercício da autoridade que permite uma maior participação dos membros da congregação; preveem uma revisão da formação dos Legionários, enfatizando a responsabilidade pessoal de cada um no discernimento vocacional; garante-se a distinção entre foro interno e foro externo.
No que se refere à estrutura de governo, afirma-se que a devem ser realizadas consultas oportunas antes da nomeação dos superiores; as competências são descentralizadas, e a ênfase é posta no papel dos conselhos para ajudar os superiores nos processos decisionais e para promover a responsabilidade.
No que diz respeito à liberdade de consciência, as constituições preveem que haja diretores e confessores que se distingam dos superiores da congregação e aos quais o religioso pode se aproximar livremente.
A Legião de Cristo quer se comprometer com a prevenção do abuso de menores, para responder de forma rápida e responsável a qualquer acusação eventual, prestando atenção às exigências das vítimas e das suas famílias, e cooperando com as autoridades civis e eclesiásticas.
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Santa Sé aprova as novas constituições dos Legionários de Cristo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU