• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Educador Fernando Gois vai morar na rua

Mais Lidos

  • As tensões surgiram pela primeira vez na véspera do conclave: o decano não mencionou Francisco na homilia e parabenizou Parolin no final

    LER MAIS
  • Como o Papa Francisco exerce forte influência sobre o conclave de 2025

    LER MAIS
  • O professor e ensaísta analisa como Donald Trump se transformou em um showman global da antipolítica extremista de direita

    “Toda política hoje é mesopolítica: uma política de meios e de mediações”. Entrevista especial com Rodrigo Petronio

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    MPVM - 3º domingo da Páscoa - Ano C - O Ressuscitado encoraja para a missão

close

FECHAR

Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

Por: Cesar Sanson | 06 Outubro 2014

O educador Fernando Gois, 56 anos, está de malas prontas. Vai partir. Na bagagem, uma troca de calça e de camisa, RG e CPF, óculos de grau e relógio. Leva a Bíblia e um livro de salmos. Caderneta com caneta. Cobertor curto, de campanha. Um pedaço de papelão – para lhe servir de cama nas noites de sereno.

A reportagem é de José Carlos Fernandes e publicada pela Gazeta do Povo, 03-04-2014.

Isso mesmo, Fernando – ex-frade carmelita, fundador da Chácara dos Meninos de 4 Pinheiros, em Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, iniciativa reconhecida pela Unesco – vai se tornar morador de rua e andarilho. Não tentem convencê-lo do contrário, alegando que o mundo não precisa de mais um mendigo. Será em vão.

Quando os conhecidos sabem da decisão, sabatinam o Fernando com questões de ordem prática e teórica. Às razões práticas: não, não vai de tênis com amortecedor, mas de sandálias de borracha, meio de transporte que lhe rendeu o augusto título de “monge pé de chinelo”, desferido por um político em fúria. Gois preferiu tomar como um elogio – assim ficou.

Tempos atrás, lhe presentearam com uma sandália de couro. “Muito ruim...” Deu-a a um carrinheiro em troca de uma de tiras, bem surrada, com a logomarca do Paraná Clube. Ótimo negócio e ainda manteve a fama.

Sim, goza de boa saúde: não tem olho de peixe, tendinite, esporão, fratura de calcâneo. Nem calo nem bolha. Ah, agradece, mas dispensa o protetor solar. Tem o pelo duro de um sertanejo, avisa esse brasileiro de origens sergipanas. Quanto às quatro refeições diárias, vai comer o que pintar. Dá certo, garante: já fez um test drive. Melhor, três.

Dia desses, operou uma caminhada de Curitiba até a “4 Pinheiros” – 51 quilômetros, nove horas a pé, sua marca olímpica. Carregava água e oito bolachas, que lhe foram pedidas por um trecheiro com o estômago nas costas. “Doeu, confesso. A maior briga é com a gente mesmo.” Ao chegar ao pedágio, uma moça insistiu para que ele levasse um panetone, “peninha”. Topou, para alegria dos meninos do projeto, que o esperavam. Devoraram juntos a iguaria de supermercado. Os religiosos chamam isso de providência. Os demais, sorte grande.

Outra prova de fogo se deu meses atrás. Gois se integrou ao movimento dos Peregrinos e Peregrinas do Nordeste. Andou 150 quilômetros em 17 dias, uma “moleza” digna de Dorival Caymmi. “Sou mais rápido que eles”, gaba-se. A regra no grupo é seguir ao sabor do vento e da caridade de estranhos. Ninguém leva nada. Não passou fome nenhum dia.

O terceiro teste ocorreu em Salvador, junto aos sem-teto que se abrigam numa igreja. Dessa vez, o ativista ouviu histórias de gente que passou mais da metade da vida na rua. Com as informações, montou suas estratégias. Eis o plano: parte em janeiro, rumo a Aparecida, para antes pedir as bênçãos da Padroeira do Brasil. Serão 400 quilômetros, na raça. Na ida, pernoita em cidades de beira de estrada – quer saber como está sendo tratada a turma da rua. Algo em contrário, bingo, fará vigília na porta da prefeitura. O ponto final será a Praça da Sé, de onde pretende despachar nos próximos anos. Apareçam para uma visita.

A paixão de Fernando pela rua soma bem uns 30 anos. Nos tempos de noviço carmelita, sentiu-se chamado a estar junto aos mais pobres entre os pobres. Queria seguir os passos de São Francisco, Charles de Foucault, Teresa de Calcutá, padre Alfredinho... Bem que tentou. Fez-se boia-fria – comendo seu primeiro macarrão azedo na lata. Fez-se morador da favela da Vila Lindoia – o peixe achado no lixo por uma vizinha, depois de uma fervura, desceu-lhe que uma beleza. Fez-se um dos muitos que dormiam na Praça Rui Barbosa, em Curitiba.

Foi ali que o festejado morador de rua “Neguinho do Pé Cortado” lhe passou uma carraspana. Disse que a concorrência no relento andava brava. Que o melhor que podia fazer pelos pobres era mostrar como sair dali. Resignou-se. Criou a Chácara dos Meninos de 4 Pinheiros, mas não teve uma vez em que viu mendigos sem desejar estar com eles. “É uma questão mística”, informa, quanto às razões teóricas.

Sabe que é difícil explicar. A mendicância é sua subida ao Monte Carmelo. Perguntam-lhe se não tem medo de facadas, de que lhe joguem ácido, da polícia, dos bebuns, do escuro. Os guris do projeto ameaçam segui-lo estrada afora. Acha graça de tanta gastura. E dá a palavra final: “Não, senhores. Agora é a minha vez.”

Fernando, o andarilho

Nos anos 1980, quando noviço carmelita, ele se sentiu chamado a viver com as pessoas da rua. Não conseguiu. Refugiou-se na espiritualidade. Mas não sossegou. Nos anos 1990, criou a Chácara dos Meninos de 4 Pinheiros, apontada pela Unesco como uma das melhores iniciativas latino-americanas em prol da infância. Seu projeto está encaminhado. Resta-lhe realizar a missão pela qual espera faz três décadas. Poucos compreendem. “Eu me coloco no lugar delas. Mas é difícil explicar”. 


  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados