21 Agosto 2014
O cardeal Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila (Filipinas), diz que o Papa Francisco tem um “apelo universal” com o qual até mesmo os não crentes podem prontamente se identificar. Ao falar com Sean Patrick Lovett, da Rádio Vaticano, durante a viagem apostólica do papa a Coreia para a Jornada da Juventude Asiática, o cardeal Tagle afirmou que o Papa Francisco tocou os corações de cristãos, católicos e não cristãos na Ásia.
A reportagem foi publicada pela Rádio Vaticano, 17-08-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
“Em minha interação com não cristãos nas Filipinas, sempre ouço (...) a admiração que eles têm pelo papa. Não é que eles não gostavam dos outros papas, mas creio que neste momento a simplicidade, a abordagem pé no chão do Santo Padre e a linguagem comum que ele emprega para transmitir a mensagem do Evangelho dão uma espécie de apelo universal à Palavra de Deus como transmitida a nós por Jesus e pela Igreja”.
Na entrevista, o cardeal explica como surgiu a ideia para a Jornada da Juventude Asiática, por que ele pensa que o papa escolheu vir para este continente e partilha suas esperanças para com uma visita do Papa Francisco às Filipinas.
“Na Ásia, sempre trabalhos sobre aquilo que nos é comum, em mutirão. Pois é aí onde o diálogo começa. Antes de falarmos das diferenças que nos marcam, dialogamos primeiro sobre aquilo que temos em comum. E há muita coisa. Muita mesmo. Começamos com o dizer “humanidade comum” – todos compreendem a linguagem da compaixão, todos compreendem a linguagem da dignidade humana, do amor, etc.
E esta parece ser a forma como Papa Francisco conduz as coisas, não só por palavras mas, principalmente, com gestos. Ele incorpora a Palavra de Deus de uma maneira muito humana e universal (...). As pessoas sabem que ele é católico; sabem que ele é o chefe da Igreja Católica, que não pertence a nenhum outro grupo. Mas a forma como se apresenta a estas pessoas é: “Sim, é um católico, mas antes de tudo é um ser humano. E partilha com nós uma condição humana comum”.
Numa recente visita à Austrália, o cardeal Tagle disse ter conversado com várias pessoas que lhe informaram que a Igreja local está interessada em conhecer mais sobre os fiéis asiáticos que, em número crescente, estão se tornando parte de suas paróquias. “Eles dizem que muitas de nossas comunidades paroquiais se mantêm vivas graças a migrantes asiáticos e que querem conhecê-los melhor de forma que a Igreja, a que recebe estes líderes, possa ter uma atitude mais acolhedora e um espaço para permitir que esta expressão de fé possa se firmar na Austrália e mesmo se tornar o futuro da Igreja no país”.
Um pároco australiano disse ao cardeal Tagle que a maioria de sua comunidade é, atualmente, de filipinos. “E até mesmo as tendências entre os jovens: os grupos de jovens coreanos, os grupos de cantos, estão presentes em todo o mundo. Até mesmo na moda! Eles estabelecem tendências. Creio que, de alguma forma, o centro de gravidade, como se diz, está sendo sentido aqui na Ásia. Isso em termos positivos e nem tão positivos, pois desastres naturais, acidentes e tragédias humanas também estão acontecendo aqui no continente, além da busca pela paz… Tudo isso está bastante presente na Ásia e particularmente penso que as pessoas estão dizendo: “Se a Ásia for capaz de encontrar uma fórmula para estas coisas, então poderá partilhá-la com o resto do mundo”.
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Cardeal Tagle: O Papa Francisco envia um apelo universal na Ásia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU