Por: Jonas | 18 Junho 2014
Até agora, o Facebook avisava as empresas que fazem publicidade nessa página sobre as preferências dos usuários, em função de sua atividade dentro dessa plataforma. Contudo, agora, também fará isso com o histórico de navegação, fora da rede social.
A reportagem é publicada por Página/12, 16-06-2014. A tradução é do Cepat.
O Facebook oferecerá informações aos anunciantes na plataforma sobre os sítios que os usuários visitam fora da rede social, para que focalizem os anúncios segundo o histórico de navegação pessoal, informou a companhia de Mark Zuckerberg.
Os anúncios publicitários apresentados no Facebook costumam ser dirigidos aos usuários rastreados, por exemplo, a partir das páginas que “curtem” ou da música de interesse.
Porém, por meio de cookies (uma pequena quantidade de informação enviada por um sítio web e armazenada no navegador, geralmente para guardar dados e assim agilizar a navegação), a companhia também pode conhecer quais são os outros sítios ou aplicações que o usuário visita quando está fora do Facebook.
É parte dessa informação externa à rede que a companhia, fundada por Mark Zuckerberg, facilitará aos anunciantes para que focalizem ainda mais suas estratégias de marketing. “Inteiramo-nos de seus interesses, principalmente pelas coisas que fazem no Facebook, como as páginas que curtem”, explicou a rede social em um comunicado.
“Em breve, incluiremos informações sobre outros sítios web e aplicações que utilizam. Este é um tipo de publicidade baseada em interesses e muitas companhias já a utilizam”, acrescentou.
Segundo justificou o Facebook, esta mudança no uso de cookies responde ao pedido dos usuários para receber anúncios publicitários relacionados aos seus dados de atividade e navegação. “Quando perguntamos às pessoas sobre nossas publicidades, uma das principais coisas que dizem é que querem ver a publicidade que seja mais relevante para os seus interesses”, argumentaram a partir da plataforma.
O acompanhamento da atividade dos usuários, por meio de cookies é uma prática usual de outras grandes empresas de Internet como Google, Yahoo! e Microsoft, entre outras, em geral para fins publicitários.
O próprio Facebook explica o seu funcionamento: “Digamos que você está pensando em comprar uma televisão e começa a pesquisar sobre televisões na web e em aplicativos móveis. Nós podemos mostrar para você anúncios de ofertas de televisões para ajudá-lo a obter o melhor preço ou para que considere outras marcas. E porque acreditamos que você está interessado em eletrônica, futuramente, podemos lhe mostrar outros anúncios de aparelhos eletrônicos, como sons ou um videogame para a sua nova televisão”.
De qualquer forma, o Facebook oferecerá a seus usuários a possibilidade de se negar a esta prática e oferecerá, além disso, uma ferramenta em cada publicidade “que explica porque você está vendo um anúncio específico e lhe permitirá acrescentar ou eliminar os interesses que nós utilizamos para mostrar esses anúncios”, segundo detalhou em um comunicado.
A nova metodologia começará a ser aplicada nas próximas semanas, nos Estados Unidos, e se expandirá para todos os países nos próximos meses.
O uso de cookies foi objeto de críticas por parte dos defensores da privacidade por considerar a prática intrusiva, razão pela qual alguns países a regulamentaram. Na União Europeia, por exemplo, uma normativa obriga os sítios web a informar quando são utilizados, assim como a obter o consentimento dos internautas para seu uso.
Dessa forma, ao se navegar em sítios com base nesses países, costumam aparecer informações com esta legenda: “Este sítio utiliza cookies e tecnologias similares próprias ou de terceiros. Caso não mude a configuração do navegador, você está de acordo com a utilização desta tecnologia”.
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Outro golpe à privacidade - Instituto Humanitas Unisinos - IHU