Por: Jonas | 30 Abril 2014
O Tribunal Oral Federal de La Rioja realizou, neste fim de semana, uma inspeção ocular na localidade de Los Llanos, onde foi assassinado o bispo Enrique Angelelli, em agosto de 1976, no marco do julgamento oral pela morte do prelado.
A reportagem é publicada por Terra, 28-04-2014. A tradução é do Cepat.
Os juízes José Camilo Nicolás Quiroga Uriburu, Carlos Julio Lascano e Juan Carlos Reynaga, junto à promotoria, realizaram a inspeção no quilômetro 327 da rodovia nacional 38, na altura de Punta de Los Llanos.
No dia 4 de agosto de 1976, Angelelli, que era bispo de La Rioja, retornava à capital da província, da cidade de Chamical, onde havia investigado o assassinato dos sacerdotes Carlos Murias e Gabriel Longueville.
Retornava em uma camionete utilitária Fiat, junto com o ex-sacerdote Arturo Pinto, colaborador e amigo pessoal, quando um carro branco os fechou e provocou o capotamento do veículo em que viajavam.
Nessas circunstâncias, Angelelli morreu e Pinto sofreu diversos ferimentos. “Podemos afirmar, com segurança, que a colisão automobilística em que dom Enrique Angelelli perdeu a vida foi provocada de forma deliberada por outro veículo, que vinha lhes seguindo”, disseram os promotores Michel Horacio Salman e Darío Illanes.
Os depoimentos no julgamento oral continuarão no próximo dia 9 de maio. Na última audiência, o perito Mario Vignolo destacou que “o corpo de Angelelli tinha uma fratura no crânio e tórax” e explicou que a camioneta na qual o bispo viajava não deu “mais do que duas ou três voltas”, razão pela qual “a lesão que o bispo apresentava em seu tórax foi provocada pelo golpe contra o volante da mesma”.
Vignolo apresentou duas hipóteses sobre a morte de dom Angelelli: “pode ter sido lançado e ao cair sua cabeça bateu no asfalto ou foi arrastado e, em certo momento, sua cabeça bateu no chão”.
Acrescentou que “qualquer uma dessas duas coisas podem ter acontecido, já que a causa da morte foi provocada pelo traumatismo de crânio ao bater, de uma ou de outra forma, a cabeça no asfalto”.
Em seu depoimento, o perito mencionou que ao invés do fato, chamaram-lhe a atenção “os sapatos do bispo, porque parecia que tinham sido ajeitados, já que muitas vezes costumam ficar dentro do veículo, quando se é lançado do mesmo”.
Ao finalizar seu depoimento, Vignolo disse que “não há dúvida que houve um capotamento” e esclareceu que “se em algum momento interviram terceiros, poderia ter sido para tirar o corpo do interior da camioneta”, deixando a possibilidade de que o bispo tenha sido assassinado após a colisão dos veículos.
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Realizada uma inspeção ocular no local onde o bispo Angelelli foi assassinado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU