Entenda os motivos da proibição do amianto no Brasil

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

25 Fevereiro 2014

Foto: ecycle

Amplamente utilizado na fabricação de materiais para a construção civil ao longo de décadas, o amianto foi colocado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no grupo principal de substâncias cancerígenas. Segundo a entidade, 125 milhões de pessoas estão expostas à substância em todo o mundo e pelo menos 107 mil morrem anualmente de doenças associadas a ela. Exatamente por esse motivo, o amianto já foi banido em mais de 60 países, sendo substituído por fibras menos nocivas à saúde.

A reportagem foi publicada pelo portal Pensamento Verde, 10-01-2014.

No Brasil, porém, a substância ainda é permitida. O país é o terceiro maior produtor e o segundo maior exportador mundial do mineral, com destaque para a variedade crisotila. A maior parte da produção nacional é comercializada internamente principalmente em telhas onduladas, chapas de revestimento, tubos e caixas d’água. Na indústria automobilística, o consumo se concentra em produtos de fricção (freios, embreagens). Em escala menor, é possível encontrar amianto/crisotila em produtos têxteis, filtros, papel, papelão e isolantes térmicos.

O sucesso brasileiro na extração e comercialização, bem como a ampla utilização do amianto por aqui, tem dificultado a aprovação de leis que proíbam definitivamente o seu uso em território nacional. Cinco estados (São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco) criaram leis específicas proibindo a produção e comercialização de produtos com a substância. Mas a aplicação encontra-se suspensa após ação dos produtores de amianto que afirmam que os banimentos estaduais são inconstitucionais. O Superior Tribunal Federal ainda não chegou a uma decisão sobre o assunto.

Foto: brasilescola

Sobre o possível impacto no mercado de construção civil, uma vez que parte dos argumentos de produtores de amianto é de que o setor sairia prejudicado, já existem opções de fibras mais sustentáveis e totalmente seguras para à saúde à disposição e em quantidade suficiente para substituir o amianto sem que sejam necessárias grandes adaptações. Estes outros materiais, como o PVC colorido e tipos especiais de cerâmica, contam ainda com a vantagem de serem facilmente recicláveis – o amianto, ao contrário, necessita de um tipo especial de descarte, justamente por conta de suas propriedades nocivas à saúde.