Por: Adnré | 22 Junho 2015
“Diante do homem que grita: ‘Eu não posso mais’, o Senhor sai ao encontro, oferece a rocha do seu amor, à qual cada um pode se apoiar na certeza de não cair. Quantas vezes nós sentimos que já não podemos mais! Mas Ele está do nosso lado com a mão estendida e o coração aberto”. Devemos cuidar, porque “sempre existe o risco de esquecer esse grande amor que Deus nos mostrou. Também nós cristãos corremos o mesmo risco de uma sociedade fechada que tende a excluir mais que incluir”. As afirmações são do Papa Francisco e feitas na homilia da missa na Praça Vittorio Veneto, seu principal compromisso do seu dia de visita a Turim.
A reportagem é de Domenico Agasso Jr e publicada por Vatican Insider, 21-06-2015. A tradução é de André Langer.
“Na Oração da Coleta – indicou o Papa em sua homilia – rezamos: “Concede ao teu povo, ó Pai, viver sempre na veneração e no amor por teu santo nome, pois Tu nunca privas de tua graça aqueles que estabeleceste na rocha do teu amor”. E as leituras que ouvimos nos mostram como é este amor de Deus para com todos nós: é um amor fiel, um amor que recria tudo, um amor estável e seguro. O Salmo nos convida a agradecer ao Senhor, porque “seu amor é para sempre”.
“O amor fiel – continuou Bergoglio –, a fidelidade, é um amor que não decepciona, que nunca falha. Jesus encarna este amor e é a sua Testemunha. Ele nunca se cansa de nos querer, de nos suportar, de nos perdoar, e assim nos acompanha no caminho da vida, segundo a promessa que fez aos discípulos: ‘Eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo’”.
O Filho de Deus “por amor se fez homem, por amor morreu e ressuscitou, e por amor sempre está do nosso lado, nos momentos bonitos e nos momentos difíceis. Jesus nos ama sempre, até o fim, sem limites nem medidas”, destacou o Papa. “E ama a todos – prosseguiu –, a tal ponto que cada um de nós pode dizer: ‘Deu a vida por mim’”.
O Pontífice observou e destacou que a fidelidade de Jesus “não se rende nem sequer frente à nossa infidelidade. Jesus permanece fiel, mesmo quando nos equivocamos, e nos espera para nos perdoar: Ele é o rosto do Pai misericordioso. Aqui está o amor fiel”.
O Papa continuou detendo-se sobre o amor de Deus que “recria tudo, isto é, que renova todas as coisas, como nos recordou a segunda leitura”. E para os homens, o caminho que é preciso trilhar é “reconhecer os próprios limites, as próprias debilidades”. Esta é a porta “que abre para o perdão de Jesus, ao seu amor que pode nos renovar profundamente, que pode nos recriar. A salvação pode entrar no coração – precisou – quando nós nos abrimos à verdade e reconhecemos os nossos erros, os nossos pecados; então, fazemos a experiência, essa bela experiência d’Aquele que veio não para os sãos, mas para os doentes, não para os justos, mas para os pecadores; experimentamos sua paciência e sua ternura, sua vontade de salvar a todos”.
E, “qual é o sinal? – se perguntou. O sinal de que nos tornamos ‘novos’ e fomos transformados pelo amor de Deus é saber se despojar das roupas velhas dos rancores e das inimizades para vestir a túnica limpa da mansidão, da benevolência, do serviço aos outros, da paz do coração, própria dos filhos de Deus”.
Para Francisco, o “espírito do mundo sempre está buscando novidades, mas só a fidelidade de Jesus é capaz da verdadeira novidade, de nos fazer homens novos”.
O amor de Deus é estável e seguro, como as “rochas que nos protegem da violência das ondas. Jesus o manifesta no milagre narrado pelo Evangelho, quando acalma a tempestade, mandando ao vento e ao mar se acalmarem. Os discípulos tiveram medo porque se deram conta de que não podiam mais – recordou –, mas Ele lhes abre o coração para a coragem da fé. Diante do homem que grita ‘Eu não posso mais’, o Senhor sai ao seu encontro, oferece a rocha do seu amor, à qual cada um de nós pode se apoiar na certeza de não cair”.
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“Não nos deixemos paralisar pelo medo do futuro, por uma sociedade que exclui”, diz papa em Turim - Instituto Humanitas Unisinos - IHU