04 Agosto 2008
1978 marcou o nascimento de Encruzilhada Natalino e do movimento daqueles que lutam por terras, a favor dos camponeses e da agricultura familiar, contra os latifúndios e o agronegócio. Naquele ano, muitas minorias tinham sido “escanteadas” pelo governo e pela sociedade e chocaram-se num confronto triste. Índios expulsaram violentamente famílias de camponeses que invadiram suas terras em busca de um lugar pra plantar e viver com suas famílias. Os “brancos” expulsos das terras indígenas começavam então a acampar às margens das estradas. Eram mais de 30 acampamentos, mas um pode ser considerado o marco do surgimento do Movimento dos Sem Terra: Encruzilhada Natalino. A IHU On-Line conversou, por e-mail, com io rmão Antonio Cechin que relembra o surgimento desta localidade, fala de sua importância e reflete sobre o desenvolvimento do maior e mais importante movimento social da América Latina. “Para as Comunidades de Base que pariram o MST, Encruzilhada Natalino representou o demonstrativo para a Igreja e a Sociedade de que ‘tinham vindo para ficar’”, analisou ele.
Antonio Cechin formou-se em Letras Clássicas e em Direito, pela PUCRS, onde também foi professor. Fez sua pós-graduação no Centro de Economia e Humanismo, em Paris. Iniciou na Instituição Católica de Paris a especialização em catequese, quando foi chamado para o Vaticano, na Sagrada Congregação dos Ritos, no início da década de 1960. Depois, retornou ao Brasil e iniciou a luta junto aos movimentos sociais. Sua obra está centrada no seu ativismo mais do que na sua elaboração intelectual, e voltada para manuscritos e artigos.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – O senhor pode nos contar um pouco sobre o surgimento de Encruzilhada Natalino? O que representa hoje o surgimento desta localidade?
Antonio Cechin – Em 1975, participei pela primeira vez de um Encontro de Pastoral Indigenista na Universidade de Ijuí, juntamente com o bispo D. Tomás Balduíno [1], presidente do CIMI (Conselho Indigenista Missionário). Para esse encontro, vieram índios xavantes, bororos e outros do centro e norte do país. Aqui do RS estiveram guaranis e kaingangs. Entre esses últimos, o cacique Xangrê [2]. Três anos depois, em 1978, em pleno “Ano dos Mártires Indígenas Da América Latina”, houve então o chamado “levante dos índios de Nonoai”, que começou com o incêndio das escolas, gesto simbólico que significava a revolta contra a invasão cultural a partir do tipo de educação que era a dos brancos. Por um pequeno “exército” de índios comandado por Xangrê, mais de três mil intrusos brancos foram expulsos.
O Ano dos Mártires Indígenas havia sido desencadeado com a primeira Romaria da Terra do Brasil, a 7 de janeiro de 1978, no Caiboaté (São Gabriel), no lugar exato em que no ano de 1750, três dias após o martírio do comandante Sepé Tiaraju [3], os exércitos português e espanhol unidos chacinaram 1500 índios combatentes. A Romaria da Terra foi criada para embeber na Mística De Luta Por Terra, os membros das Comunidades de Base. No campo, Terra Para Plantar ou Luta Pela Reforma Agrária; na cidade, Luta Por Terra Para Morar. Foi para encher o coração de MÍSTICA para as lutas, que as três primeiras Romarias (1978 – 1979 e 1980) tiveram lugar em São Gabriel, no Caiboaté, com intuito de sorver a coragem e a força de lutar que caracterizaram São Sepé Tiaraju e seus 1500 companheiros, mártires pela justiça, em favor da luta em prol da terra, contra o imperialismo europeu. Na primeira Romaria da Terra, de 1978, que somou 500 participantes, nos demos conta de que, estávamos nos organizando, no Estado, como Comunidades Eclesiais de Base. Por isso, decidimos fazer o primeiro Encontro de CEBs, no seguinte ano de 1979, no colégio marista de São Gabriel, de novo sob o patrocínio de São Sepé Tiaraju.
Foi durante esta reunião que, em 7 de setembro de 1979 (dia da independência do Brasil), os membros das CEBs de Ronda Alta, presentes conosco em São Gabriel, saíram do convívio do Encontro para ir abraçar os companheiros da cidade de Ronda Alta, que acabavam de ocupar a Fazenda Macáli. Algum tempo depois, ocuparam também a Fazenda Brilhante. No Natal do mesmo ano, nós, que trabalhávamos com as CEBS urbanas, na cidade de Canoas, imitando os agricultores de Ronda Alta, ocupamos, para morar, as terras do Matias Velho. Nada menos que quatro mil pessoas criando a Vila Santo Operário, a Vila Natal e outras nos anos seguintes.
O governo do Estado do Rio Grande do Sul, depois que os índios kaingang expulsaram os brancos das terras de Nonoai, trouxe os “colonos” para as instalações da Expointer [4], em Esteio. Desse local, pouco tempo depois, como havia interesse dos militares em levar gente para a Transamazônica, para lá foram enviados os expulsos pelos índios. Três famílias de colonos saídos das terras dos índios, sem eira nem beira, decidiram acampar em Encruzilhada Natalino, no lado contrário da estrada em que havia um desses “bolichões de campanha”. Saiu no jornal a notícia do pequeno acampamento naquela esquina. Levantada a lebre, imediatamente começaram a se encostar no local, outras famílias dispersas pela redondeza, que também sonhavam com terra. O número de ranchos foi se somando na beira da estrada junto à Encruzilhada e já alcançava o belo número de 600 quando o governo decidiu intervir.
A Ditadura Militar escalou o coronel Curió, especialista na dissolução de movimentos populares no norte do país, para dispersar mais este no sul. O coronel ocupou os galpões da sede da fazenda contígua à estrada do Natalino com várias centenas de soldados. Fechou as duas extremidades da estrada dos acampados, impedindo que mais gente chegasse. Durante vários meses, submeteu os pobres estradeiros a uma guerra psicológica e até mesmo física, com o espocar de foguetes à noite para que não pudessem dormir. De dia, fazia desfilar em alta velocidade os caminhões do exército a fim de impregnar de poeira barracos e pessoas. Doentes ou mulheres grávidas que quisessem buscar um posto de saúde na cidade próxima eram impedidos de sair. As Comunidades de Base, tão logo souberam dos acampados, começaram a se organizar para garantir abastecimento em comida, cobertores e roupas em geral, e os militares foram dificultando ao máximo essa assistência.
O então bispo católico da cidade de Passo Fundo, conservador e contrário à luta pela terra, tornou-se amigo do Curió, a ponto de ir tomar cafezinho com ele para o convencimento desses sem-terras a irem com o coronel para a Transamazônica. A partir desse fato, percebemos que não contaríamos com o “primeiro time” da hierarquia católica no apoio aos colonos. Convidamos, então, uma centena de pessoas de primeira linha da Igreja – “nosso segundo time”. Enchemos dois ônibus em Porto Alegre e, com a cara e a coragem, munidos de um documento jurídico com direito de ir e vir, conseguimos dobrar o coronel. Entramos e nos distribuímos por todos os barracos animando o pessoal à resistência. Não contentes com isso, numa grande reunião no centro do acampamento, em plena estrada, celebramos uma missa campal, na qual a tônica foi a necessidade de coragem e fé em Deus na continuação da luta. Depois de nós, também seguiram para a Encruzilhada, para dar apoio, sindicalistas, a CUT, políticos de esquerda etc. Chegaram sem-terras, gente da Pastoral da Terra de todos os recantos do Brasil.
A importância
A Encruzilhada Natalino é um lugar histórico de suma importância. Por sinal, já foi feita uma tentativa, por ocasião dos 20 anos do acontecimento, de levantar no local um marco significativo. Por falta de recursos, a idéia não foi adiante. No entanto, para dar uma idéia da importância que os próprios protagonistas acampados davam ao fato que estavam vivendo, acertaram dar à primeira criança que nasceu nesse cruzamento de estradas o nome de Marco. A mãe do menino Marco é a Roseli, que posteriormente foi assassinada quando em acampada numa outra frente, na entrada da cidade de Sarandi. Roseli é hoje o nome de um DVD que documenta lutas do MST.
Para as Comunidades de Base que pariram o MST, Encruzilhada representou o demonstrativo para a Igreja e a Sociedade de que “tinham vindo para ficar”. Haviam demonstrado a eficiência do método de educação desenvolvido por Paulo Freire com sua “pedagogia do oprimido”. Foi o batismo de fogo das CEBs. Conforme o escritor Alcy Cheuiche [5], as CEBs se alinharam, no Natalino, por sua Mística na luta pela terra, à luta de Sepé Tiaraju e dos Sete Povos das Missões. Para a Igreja de hoje, se erigiram em Oitavo Povo Das Missões. Para os Movimentos Populares, transformaram-se em sinuelo dos modernos movimentos populares. Qual novo Sepé Tiaraju, a Encruzilhada foi o “facho de luz” a iluminar para sempre os caminhos da transformação do país. A Encruzilhada foi o prenúncio do Fórum Social Mundial. Mostrou que “um novo mundo é possível”; que “um mundo diferente” está à altura de nossas forças se nos organizarmos para tanto. Na Encruzilhada Natalino, o exército brasileiro foi derrotado, na pessoa do coronel Curió e seus asseclas. Nada menos que 30 mil pessoas ali estiveram reunidas em plena ditadura, vindas de ônibus de São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Puderam depois levar para suas regiões, não somente a mística missioneira baseada em Sepé, mas todo um arsenal de táticas de mobilização.
IHU On-Line – Naquela época, as pessoas que foram expulsas das terras indígenas instalaram-se às margens das estradas e não eram tratadas como intrusos pelos jornais, como afirma o repórter Carlos Wagner. Hoje, as notícias sobre os sem-terras, seus acampamentos e manifestações não são noticiadas, geralmente, de forma imparcial. Os sem-terras são marginalizados pelos grandes jornais. Como o senhor vê essa mudança de atitude? O que fez com que os sem-terras passassem de injustiçados para intrusos?
Antonio Cechin – Tanto quanto eu me lembro, as palavras intrusão e expulsão sempre foram vocábulos reservados exclusivamente para o fenômenos de ocupação e desocupação de terras indígenas. Logo que os colonos foram expulsos pelos índios, já não eram mais chamados de intrusos, mas também não eram vistos com antipatia pela imprensa que temos aí. Por preconceito contra os índios “que não trabalham” e “que não necessitam, portanto de terra”, conforme o juízo que sobre eles emitem as classes dominantes, os colonos expulsos até foram vistos pelos Meios de Comunicação como simpáticos porque desejavam terra para trabalhar. Isso naturalmente só num primeiro momento. Depois quando começaram a lutar fortemente pela reforma agrária e se colocaram contra o latifúndio, foram execrados. Aí entraram com força as palavras invasão, invasores e outras muito piores. O MST sempre falou em ocupação.
Nessa luta pela Reforma Agrária por parte do MST, houve toda uma estratégia que foi se aprimorando, isto é, maneiras sempre mais inteligentes de alargamento dos espaços junto à sociedade envolvente. Aquilo que podemos chamar de saltos qualitativos, tais como ocupações de repartições públicas inclusive a própria Assembléia Legislativa Estadual, grandes caminhadas por todo o Estado, destruição de plantações de monoculturas, ou de laboratórios de transgenia etc. Como se trata sempre da classe dominante (empresários, latifundiários, banqueiros etc.), formada por aqueles que são os que financiam os jornais através das propagandas, o MST passa agora a ser tachado sempre de inimigo da democracia, subversivo, com táticas de guerrilha etc. Será sempre criminalizado pela classe dominante e seus meios de comunicação.
IHU On-Line – De onde veio a força moral e política do acampamento de Encruzilhada Natalino?
Antonio Cechin – Na época da Ditadura Militar, necessitava-se de muita coragem para lutar, face à situação de tortura e perseguição que eram por todos conhecidas. Como os acampados eram de Comunidades Eclesiais de Base, tinham uma fé cristã muito profunda, adquirida no contato com a Palavra de Deus, base de qualquer encontro que se fazia. Quando os colonos na estrada não eram mais que meia dúzia de famílias, tomaram a iniciativa de fixar num poste uma pequena cruz, no meio dos ranchos. Nessa cruz, a exemplo do que tinham constatado na cruz erguida defronte da igreja paroquial, colocaram a inscrição “salva tua alma”. Sentindo-se depois um tanto quanto solitários em sua luta, decidiram falar com o pároco da cidade a fim de que os ajudasse na organização. Então, o Padre Arnildo Fritzen [6] e a freira Irmã Aurélia foram até a Encruzilhada, reuniram todos, começaram com uma leitura bíblica. Cada qual contribuiu com sua reflexão, e, a partir da Palavra de Deus, decidiram erigir, aos poucos, um ícone, isto é um símbolo. Foram transformando a própria cruz em ferramenta de luta.
A Cruz iria traduzindo os passos de sua CAMINHADA. Começaram achando que a cruz pequena não representava o peso dos sofrimentos que estavam carregando em meio a tanta necessidade. A inscrição “salva tua alma” traduzia individualismo quando o que necessitavam mesmo era uma grande união entre todos. Então, foi substituída por uma cruz bem grande. Cortaram um eucalipto do mato vizinho. Pronta a cruz, só podia ser deslocada por várias pessoas. Quando começaram a chegar caravanas de longe como operários de sindicatos, comunidades paroquiais, a CUT e outros movimentos populares sentiam que cada vez a cruz se lhes parecia mais leve. Então, arrancaram a grande cruz do chão e alçaram-na do chão, sustentada por toda uma armação. Cada grupo que os viesse apoiar era concretizado com mais uma trave na sustentação da cruz dentro da armação, sem nunca mais deixar a cruz tocar o chão. Depois, quando morreram crianças no acampamento de frio ou de doença por falta de assistência, acrescentavam um pano branco em cada um dos braços laterais da mesma cruz. Quando os militares os impediam de caminhar para fora da estrada, organizavam-se em ordem de batalha no caminho e, com a pesada cruz na frente, avançavam e rompiam a barreira da soldadesca. Essa cruz virou símbolo da luta dos Sem Terra no Brasil. É a chamada cruz de Ronda Alta.
IHU On-Line – Hoje, como o senhor analisa a figura de João Pedro Stédile?
Antonio Cechin – João Pedro Stédile é meu grande amigo. É uma pessoa culta e dedicadíssima. Formou-se em Ciências Sociais (economia e sociologia) no México. Quando voltou do exterior, foi assessor da Comissão Pastoral da Terra do RS. Tão logo começaram as ocupações de terra por parte das Comunidades Eclesiais de Base passou a visitar e a assessorar os diferentes grupos de famílias que, como CPT, começamos a organizar em núcleos. Aprendeu com as CEBs o método Paulo Freire [7] e os fundamentos da Teologia da Libertação. No meu entender, o MST não pode desejar um melhor estrategista do que ele. Ele é o melhor do mundo para essa tarefa. É o homem certo no lugar certo.
IHU On-Line – Como o senhor vê a presença da Igreja durante a organização dos camponeses expulsos das terras indígenas, no surgimento do MST e dentro da estrutura atual do movimento?
Antonio Cechin – Graças a Deus, uma parte bem significativa da Igreja do Rio Grande do Sul, ainda que minoritária, fez a opção pelos pobres, inseriu-se nas periferias, tanto no meio rural como no urbano, e arregaçou as mangas no sentido de construir todo tipo de movimentos populares, com vistas à transformação da realidade. Desde que os europeus aqui aportaram, no ano de 1500, dois projetos políticos e sociais se digladiam. O projeto dos índios, que começaram com uma utopia – a da Terra Sem Males. Essa utopia cultivava um socialismo de tipo primitivo. As Missões Jesuíticas, evangelizando os guaranis, aprimoraram esse projeto dos povos nativos. Vieram depois os negros quilombolas que também adotaram o mesmo projeto. Hoje, esse projeto é de todos os Movimentos Populares do Brasil. Esse projeto nativo, de raiz, quer uma economia eminentemente solidária como base de relações entre todos os brasileiros a começar pelos mais destituídos.
IHU On-Line – O que o senhor pensa a respeito da presença de crianças nas manifestações do MST?
Antonio Cechin – A luta por mudanças de uma situação de pobreza e miséria em favor dos direitos humanos mais elementares é luta de todo o povo: homens, mulheres e crianças, ou seja, é a luta das famílias como um todo. A presença das crianças ao lado dos adultos é de suma importância porque é desde pequenino que se aprende a viver e a se comprometer. Não há uma idade especial para melhorar de vida.
IHU On-Line – Como a sua opção de vida na luta pelos pobres se envolve com a luta dos sem-terra?
Antonio Cechin – As lutas populares no Brasil vão se aprimorando sempre mais. Como sempre, temos altos e baixos. Cuidamos para ir aperfeiçoando a articulação do maior número possível de pessoas. Índios, negros, mulheres, jovens, gente do campo e gente da cidade, todas as culturas e categorias sociais, na medida em que mutuamente se abraçarem, mais depressa chegaremos lá. É aquele velho dogma das CEBs: “Eu acredito que o mundo será melhor, quando o menor que padece acreditar no menor!”.
IHU On-Line – O presidente Lula veio da classe operária e fundou um partido ligado com os movimentos sociais brasileiros, incluindo aí o MST. O que o senhor pensa do governo Lula e da relação atual dele com os movimentos sociais?
Antonio Cechin – O Partido dos Trabalhadores foi construído pelos trabalhadores. Durante muito tempo, esse partido foi o estuário para onde se encaminhavam todos os anseios dos pobres em geral e de todos os movimentos populares. O presidente Lula foi eleito pelas Comunidades Eclesiais de Base, pela Igreja da Libertação e por todos os Movimentos Populares. Uma vez eleito presidente, todos reconhecemos que não está executando o sonho que tivemos quando, com nossas lutas, atingimos o mais alto pódio da república. No entanto, continuamos achando que, apesar de tudo, Lula é o melhor chefe de Estado que tivemos em todos os 500 anos de Brasil. Os Movimentos Sociais continuam prestigiando o atual presidente, naturalmente não com tanta paixão quanto no momento em que o elegeram.
Notas:
[1] Dom Tomás Balduíno, frei dominicano, é bispo emérito da diocese de Goiás, foi presidente nacional da Comissão Pastoral da Terra e participou ativamente da criação do Conselho Indigenista Missionário – CIMI. Ao sítio da IHU On-Line, ele concedeu uma entrevista no dia 18-11-2006.
[2] Nelson Xangrê é ex-cacique da Reserva Indígena de Nonoai. Depois do episódio, desapareceu por alguns anos. Atualmente, está com 62 anos, vive sozinho e doente.
[3] Sepé Tiaraju foi um índio guerreiro guarani, considerado um santo popular brasileiro e declarado "herói guarani missioneiro rio-grandense" pela Lei nº 12.366. Nascido em um dos aldeamentos jesuíticos dos Sete Povos das Missões, foi batizado com o nome cristão de Joseph. Bom combatente e estrategista, tornou-se líder das milícias indígenas que atuaram contra as tropas luso-brasileira e espanhola na chamada Guerra Guaranítica. Pereceu em combate contra o exército espanhol na batalha de Caiboaté, às margens da Sanga da Bica, na entrada da cidade de São Gabriel, durante a invasão das forças inimigas às aldeias dos Sete Povos. Após sua morte pereceram aproximadamente 1.500 guaranis diante das armas luso-brasileiras e espanholas. A edição 156 da Revista IHU On-Line, intitulada Essa terra tem dono, nós a recebemos de Deus e de São Miguel, fala sobre esta importante figura.
[4] A Expointer é uma feira agropecuária de destaque nacional realizada no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, no Rio Grande do Sul. É considerada a maior exposição de animais da América Latina.
[5] Alcy José de Vargas Cheuiche é veterinário e escritor, autor de romances históricos, poesias, crônicas e teatro. Foi diretor do Instituto Estadual do Livro. Em 2006, foi escolhido patrono da 52ª Feira do Livro de Porto Alegre. É membro vitalício da Academia Rio-Grandense de Letras e sócio fundador da Associação Gaúcha de Escritores. Em 1997, foi empossado na Academia Brasileira de Medicina Veterinária. Em 29-09-2006 concedeu uma entrevista à IHU On-Line.
[6] Atualmente, o Padre Arnildo Fritzen é pároco da cidade de Tapera, no Rio Grande do Sul. Em 1979, era pároco de Ronda Alta e, junto com ativistas de Porto Alegre, começou a organizar os sem-terra de Nonoai.
[7] Paulo Freire foi um educador brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. A edição 223 da Revista IHU On-Line dedicou o tema de capa a ele.
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Encruzilhada Natalino, 30 anos. O nascimento de um acampamento. Entrevista especial com Antonio Cechin - Instituto Humanitas Unisinos - IHU