30 Outubro 2024
Júri começa nesta quarta-feira (29); Lessa e Élcio de Queiroz foram denunciados por duplo homicídio triplamente qualificado e outros dois crimes
A reportagem é de Camila Bezerra, publicada por Jornal GGN, 29-10-2024.
Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiróz vão a júri popular no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O julgamento começa nesta quarta-feira (30), a partir das 9h, e os assassinos confessos podem pegar até 84 anos de prisão, como pede o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
De acordo com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/FTMA), o MPRJ vai pedir a pena máxima para os denunciados por duplo homicídio triplamente qualificado, um homicídio tentado, e pela receptação do automóvel usado para cometer o crime.
O júri será composto por 21 pessoas, das quais sete serão sorteadas na hora para analisar o caso. Durante o julgamento, essas pessoas terão de ficar isoladas, chegando, inclusive, a dormir nas dependências do Tribunal de Justiça do RJ.
Já se passaram 6 anos e 7 meses. Enfim, nossas perguntas começam a ser respondidas: quem mandou matar Marielle? Quem tramou a execução covarde que também nos tirou Anderson?
— Chico Alencar ☀️ (@depchicoalencar) October 30, 2024
Contamos os dias, os meses, os anos. Nossa indignação há de ecoar pelos séculos. pic.twitter.com/EPReacbjka
Estes sete cidadãos terão de decidir, juntos, se os acusados são culpados ou inocentes. Se condenados, caberá ao juiz determinar as respectivas penas.
Lessa e Queiroz serão ouvidos apenas por videoconferência. Participam ainda as testemunhas de defesa, entre elas a ex-assessora de Marielle Franco, Fernanda Chaves, única sobrevivente do atentado.
Manifestação
O Instituto Marielle Franco vai transmitir o julgamento ao vivo pelo Youtube, além de organizar uma manifestação em frente à Corte, a fim de exigir a conclusão do caso.
Além de Lessa e Queiroz, são investigados ainda por participação na execução da ex-vereadora o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, além de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil fluminense, e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira.
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